A poesia tem dias

[vaza pinheiro]

Do alto da escadaria
bateste asa e foste embora:
a casa ficou vazia,
até o eco não chora.

Já não sobes como dantes
as escadas da idade:
para uns já és passado,
para mim já és saudade.

Foi no tempo em que dizias,
com a caneta assestada,
meu camarada de armas
a poesia tem dias.

Tem dias e tem poetas,
tem sonetos sem palavras,
tem palavras quando acertas
na terra seca que lavras.

Tem o fermento do pão
quando é hora de amassar,
tem o gosto que lhe dão
quando o verso vai amar.

Dizem as bocas do vento
que já deste a volta ao mundo
e cantaste num coreto
com a terra lá ao fundo.

- Que já regaste as giestas
nos horizontes    além,
que ainda bebes às quintas
nos poemas doutro alguém.

(In: no meu livro Dispersos Emocionais e dedicado
a um amigo e grande poeta português, de seu nome: Ulisses Duarte)

vaza pinheiro

[eduardo roseira]

Caro amigo,

Permita-me que assine por baixo do seu belo poema uma dedicatória e um abraço de saqudade e reconhecimento ao Amigo e Poeta Ulisses Duarte.
Foi graças a ele que o "lavra...Boletim de Poesia", (que sofre, esperemos um interlúdio), teve os primeiros ecos
junto dos poetas e amigos de Lisboa e zona sul de Portugal.
Um abraço

[cleo]

A poesia tem dias
E quem o diz é um poeta
Que sabe bem o que diz
E até o que não diz...

Nas entrelinhas
Dos seus tão sábios versos

Beijo

[Goreti Dias]

Deliciosas quadras de rendilhado popular apetecível!
Abraço

[vaza pinheiro]

Caros poetas:

-Eduardo Roseira.
- Cleo.
- Goreti Dias.
- Luis Filipe Pereira
- Júlio Saraiva.
Os vossos comentários são sábias considerações que muito me honram e às quais só posso responder com um bem haja e um particular agradecimento. Abraços

[Laura Gil]

Com quadras deliciosas como estas, é sinal que a "poesia tem dias". Muito bom este seu poema.

Beijo

[Dionísio Dinis]

Eu que arrimo com as rimas, vou levado na bolina destas quadras preciosas!Bem-haja poeta, por mais este belo momento de vera poesia!

[vilde]

"A poesia tem dias"
dizes bem poeta amigo.
Teus poemas melodias
sabem sempre a pão de trigo.

E nem precisam de manteiga...
Gosto sempre de te ler.
Sabes, o Ulisses fez-me um pequeno prefácio
no meu último livro (Reflexos e Restolho), tb lhe dediquei alguns poemas. Qquer dia coloco aqui. Mas não consigo aceder qao escritartes em casa...e aqui estou no serviço...por isso não comento todos os que gostaria...
Um abraço
Vilde