SISMO NA ITÁLIA

[Joaquim Sustelo]

SISMO NA ITÁLIA



A noite correu célere e sinistra
Que a meio do percurso se rasgou;
De lares, a amálgama regista
A ida dos que o sismo soterrou.


E choram uns a morte que não dista
Do sonho mais que um passo - que a soltou!
Enquanto buscam outros ver a lista
A de, quem sob escombros, se salvou.


A vida a ir num sopro. (Como um fio,
A ela prende um Ser, que um rodopio
De placas de matéria assim desfaz)


Mas vendo que esse fio é uma constância
Não se demitem outros da ganância
Roubando mais e mais… roubando a paz.



Joaquim Sustelo

[Sandra Fonseca]

Um soneto como uma dolorosa crónica da vida real. A poesia serve tanto à fantasia quanto à realidade.
Você é brilhante!
Bj.

[cleo]

"A vida a ir num sopro. (Como um fio,
A ela prende um Ser, que um rodopio
De placas de matéria assim desfaz)"

E assim se acaba a vida
daqueles que a não queriam
ter perdido assim...

Um momento de reflexão sobre algo ao qual ninguém está a salvo e que num piscar de olhos, nos pode roubar tudo, tudo... até a própria vida!
E pensar que poderia ter sido aqui... 

Obrigado pelo seu poema, tão real quanto necessário, porque não se pode ficar indiferente, jamais, em tempo algum!

Beijo

[Joaquim Sustelo]

Sandra e Cleo,

Sensibilizado pelas vossas apreciações.

Sempre pus a poesia (também) ao serviço das duras realidades que se vão passando. Esta foi e está a ser muito dura, não dava para ficar calado. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Quem sabe onde irá acontecer amanhã?

Mas entretanto há pessoas que agem como se a vida lhes fosse eterna, não se demitindo das suas ganâncias, tendo um enorme prazer em roubar, achincalhar, matar. Enfim...

Obrigado.

Beijos
Sustelo

[Abgalvão]

Neste soneto, está bem patente a genialidade de quem sabe descrever, poéticamente, um sinistro desta magnitude. A poesia não serve só para falar do belo mas também e necessáriamente do terrível!
Parabens amigo por essa capacidade que os deuses lhe deram.
Um abraço

[helenacosta]

 
 E em poucos segundos tudo se perde e nada somos. Realidades que podem acontecer a todos nós!
 Obrigada pelo soneto e pela sua sensibilidade!

 Beijos

Helena

[Vóny Ferreira]

Um soneto  que nos arrepia
pelo realismo que traça nas suas
palavras soberbamente delineadas.
Parabéns, Joaquim e um bj
Vóny Ferreira

[Joaquim Sustelo]

Amigos
   Galvão
       Domingos da Mota

Agradeço a leitura e o que disseram sobre o que escrevi.
Abraços.

Amigas
    Helena Costa
        Vony Ferreira

Muito obrigado também e
Dois beijinhos para vocês.

[vilde]

Joaquim, gostei de ver a rapidez do acontecimento
retratada aqui no teu soneto.
E como sempre, impecável!
Afinal, na vida, até os monumentos mais belos tombam
e se desfazem em nada...
Que dizer, das pessoas que se põem em bicos de pés,
e afinal, ao mais pequeno abanão tombam...porque têm
pés de barro e penas de pavão?
Um bj amigo.
vilde

[Joaquim Sustelo]

Amiga Vilde
Obrigado por te pronunciares uma vez mais.
Coitadas daquelas pessoas que, para além de terem perdido familiares e bens, continuam asustadas com as réplicas, que não páram, e alojadas em tão fracas condições.
Um beijinho
Sustelo