RELICÁRIO

[Sandra Fonseca]

Colei meus ouvidos
Nas frestas
De uma quimera,
E pude ouvir a melodia,
O som que dói nos ventos.

Me perdí
Na ruelas do tempo,
Viajei nos campos,
E ví o baile dos pirilampos.


Fui guiada noite adentro
Sem avistar a sombra
De nenhum mal,
Dancei numa canção medieval,


Hino de vozes, de versos,
Violinos chorados
E acordes de uma guitarra
Jorrando flores,
Na apoteose final.

Amanhecí no lençol do sonho,
No encanto de um manto lunar,
E esquecí um resto de lua
No pano azul do dia.

Imaginei que as estrelas,
Num ritual estranho,
Se jogaram, por amor,
No oceano espelhado no céu.

Despí o véu
Da fantasia,
Depositei o sonho,
Intacto,
Que retirei dos escombros,
No relicário da poesia.

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[Goreti Dias]

"Amanheci no lençol do sonho,
No encanto de um manto lunar,"

Um relicário de respeito!
beijo

[josé antonio]

Olá Sandra,

Um poema deliciosamente todo azul - belos versos, imagens, reflexões, hinos de vozes, eu sei lá, um paraíso poético à sua medida e tão bem querido!
Abraço

[Joaquim Sustelo]

Gostei.
Beijo

[helenacosta]

 Sandra,
 
 Um belíssimo Relicário para ler e reler. Adorei!!!

 Beijos
 Helena

[carlossoares]

Um poema diáfano como um manto flutuando sobre colunas de ar quente.
Abraço.

[Sandra Fonseca]

Agradeço, sempre comovida, esses comentários generosos que só me fazem desejar prosseguir.
Beijo a todos.
Sandra.

[Abgalvão]

Mais uma bela poesia sua a juntar a tantas outras que já nos presenteou.
Cumprimentos