Ontem é uma presença como se não estivesse aqui

[soriano]

O cheiro da tua sombra
Persegue-me como um gira sol
Sento-me às desbotadas cores d´alma
Como quem senta a ver o céu
Verto um cálice de amargura
Como se fora puro mel

Não é dor, não é tristeza
O que me combali
vem de dentro de um vazio
desses que a gente põe a mão
a sortear orla de uma praia qualquer
piso com meus olhos
a linha que sou e me divido

Ontem é uma presença como se não estivesse aqui
Passo por minha lembrança e finjo
Que não me conheço
Penso naqueles olhos vãos
Tão vãos quanto espelhos
Farto estou do descansaço
mais me entendo quando me ordenando
desobedeço e faço

[Vania Lopez]

Parabéns!
O sim e o não bricaram por sua poesia.
E destaco o final:

mais me entendo quando me ordenando
desobedeço e faço
Beijo

[vilde]

"piso com meus olhos
a linha que sou e me divido"

Gostei de o ler
e li várias vezes para entender
essa dualidade...

Bj
vilde

[luadepedra]

Enquanto a memória não falhar e conservar imagens de amor assim: prosseguiremos à mercê da bússola do coração.

1 Bj*
Luísa

[Dionísio Dinis]

Gosto de ler e sentir o acto da construção/desconstrução da palavra e do acto poético, gosto de ver escrever por quem o sabe fazer com qualidade.Gostei.E muito!

[soriano]

Obrigado Vania Lopes por suas gentis palavras. "O sim e o não bricaram por sua poesia."
Penso que seja o que mais fazem, não?


Obrigado Vilde pela gentil observação. Ler e reler para entender creio ser uma boa metáfora aplicável à vida.

Querida Luisa (como estão as queridas filhotas?) se há uma bússola segura certamente habita o coração.

Grato pelas palavras, Dionísio. Construir/desconstruir... exercício solvente dos paradigmas.

Abraço a todos.
Leandro Soriano

[Goreti Dias]

"Finjo que me não conheço..."
Poesia em letra maior! Parabéns!
Beijo