JB
Contribuinte Junior
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« em: Dezembro 20, 2007, 19:22:26 » |
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No magnÃfico alpendre, onde as nuvens cobrem os vales, como mantas doces e quentes, tapando o correr dos dias, como se estivesse acima de tudo o que me quisesse, surpreendo-me na perturbação de me entrares por mim e me tomares refém. O Sol põe-se à conversa, aquece os meus ossos, rÃgidos, doridos, imóveis; dou pelo meu corpo como um invólucro guardador dos tesouros mais preciosos, raros. Espero por ti, porque me quero tornar no sorriso que te espera, e em cada abraço revelar o significado de te encontrar, perceber nos teus lábios as tuas vontades, e nos teus olhos saber como a vida se desdobra em momentos iguais e em pequenas centelhas de esperança, de novidades, de inquietação. A vida perpetua-se em olhares que avançam até à s linhas do horizonte, e as minhas mãos ainda que sabendo, nunca agarrarão o futuro, senão quando se achar presente. Quando te espero, percorro teus sinais, na pequena diferença que te torna desigual e me faz escolher-te, irrepetida no desenho do teu rosto, na capa do livro que sempre te cobre as mãos, nesse doce tom onde as palavras com que dizes as mesmas coisas, soam a histórias frescas e inventadas. Quando te espero, neste magnifico alpendre, sei que as montanhas se movem e o teu caminho é um traço de giz que serpenteia e aclara as planÃcies onde os vivos se movem, onde me espero na rotina quotidiana de te perceber e te querer. Daqui deste magnÃfico alpendre onde me hei-de deixar estar, esperando que voltes e permaneças olhando o dia sempre novo.
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