Araci
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Ainda não sei o que sou, mas sei quem eu sou
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« em: Junho 14, 2010, 18:49:12 » |
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Numa tarde quente de Verão, 1999,peguei no comando e sintonizei a MTV alemã, que era captada por uma antena parabólica, bem em voga na altura. No ecrã, uma “Lolita” de 16 anos, loira, com cara de anjo, vestida de menina de colégio, apresentava-se a cantar qualquer coisa de novo, com novos ritmos dançantes. Apesar do desprezo pela maioria dos críticos, Baby One More Time, de Britney Spears não tardou muito em vender mais de 10 milhões de cópias, tornando-se numa das estreias mais bem sucedidas de todos os tempos.Com um sorriso encantador e com letras fáceis, Britney causou um impacto enorme na música popular de viragem do milénio. E não, o mundo não acabou com a vinda do ano 2000,não antes de poder dar oportunidade do Nu-metal se revelar e suscitar controvérsias (principalmente pelas letras). No inicio do milénio estava no seu auge, com bastante poder e bem comercial. A encabeçar este novo estilo musical, com misturas de rap/metal, encontrava-se o combativo Fred Durst, vocalista dos Limp Bizkit. “Chocolate Starfish and the hot dog Flavored Water” obteve de imediato um grande êxito comercial, singles populares como “My generation”, “Rollin”, “Take a look around”, “My way”, fizeram fanáticos comprarem o cd em massa e adoptarem um novo estilo de vida .Roupas largas, sapatilhas com o selo da Adidas iam progressivamente substituindo as “ridículas” sapatilhas All-Star da época áurea do grunge, e tornando a cultura da “golden age of music” cada vez mais distante. Ao lado de Limp Bizkit, bandas como Linkin Park, Papa Roach, e sons menores como Crazy Town com a Butterfly iam se afirmando nos anos 2000. Finalmente 2001 trouxe-nos a tão ambicionada mudança. O 11 de Setembro veio alterar profundamente a vida à escala global, o 11 de Setembro e o… Big Brother. O Nu-metal foi decaindo com o passar dos anos, e novos estilos musicais vieram o substituir. O rock tornou novas feições, (bem com a famosa Lolita que tinha vista na MTV quando tinha os meus 9 anos, essa encontrava se agora arrasada por um divorcio, com 2 filhos para cuidar, e vitimada pela fama em excesso, mais do mesmo.) Subgéneros, como o indie-rock, começaram a surgir na panorâmica musical, e alguns até a dar o ser ar de clássico, como “Elephant” dos The White Stripes. Numa linha meia que paralela e a distinguir-se de toda esta panóplia musical, surgem os Coldplay, que recusam em cada cd, a fazer má musica. “Parachutes” , “ A Rush of Blood to the Head “, “X/Y”, e o mais recente “Viva la Vida” continuam a ter a mesma qualidade musical desde a primeira vez que ouvimos Chris Martin cantar “Yellow”. Nesta década, o clima politico, com a invasão americana no Iraque e a consecutiva guerra, levou a que em 2005 a banda “Green day” voltasse ás luzes da ribalta. Com “American Idiot”,a banda viria a criar o grande sucesso hard-rock no inicio do século XXI. “American idiot” “Holiday”, “Boulevard of broken dreams”, “Wake me up when september ends” e “Jesus of suburbia” foram os sucessos deste álbum que subiu a primeiro lugar nos E.U.A e na Inglaterra.
No seguimento de figuras que, na minha opinião, merecem destaque, temos a inglesa Amy Winehouse, um camaleão do jazz, com o seu segundo álbum “Back to Black”, criou uma brilhante obra-prima importante para esta década mas também para as futuras gerações e na definição de um novo tipo de soul para o futuro. Desde a envolvente “Rehab”, até a lamentos que tocam a sensibilidade do ouvinte como “Love is a losing game”, podemos então observar a verdadeira bela melodia do disco. Apesar de toda a polémica gerada em volta da cantora devido ao abuso de drogas e de actuações desastrosas, como em Lisboa no Rock in Rio 2008, Amy Winehouse representa uma salvadora do soul no começo deste novo milénio. E em Portugal? Que bandas ou artistas mais se destacaram nesta década que passou, ou que se continuam a destacar? E em questão de musica? O que há hoje no nosso país? Respondendo a esta última questão, venho agora, não deitar a baixo o país mas sim valorizar. Nos últimos anos, Portugal tem estado nas rotas dos mais variados artistas conceituados (e as produções nacionais têm se destacado por um reviver das tradições, como nos mostram novas bandas lusas como os “Deolinda” e “ Oquestrada”.) Desde 2007,passaram pelo nosso país Amy Winehouse,Bon Jovi,Alanis Morissette,Rod Stewart,Metallica (que repetiram em 2009 no Alive, e que voltam a estar em cena no pavilhão Atlantico dia 18 de Maio deste ano),Linkin Park,AC/DC,Rage Agains the Machine,Faith no More,Machine Head,Nekka,Pearl Jam (que voltam a terras lusas dia 10 de Julho no festival Optimus Alive, no passeio marítimo de Algés)Nneka,Bob Dylan.. (entre outros). E os Festivais de música, que abrem a temporada com a Queima das Fitas pela parte da comunidade estudantil universitária, estão cada vez mais divulgados, com grande aderência dos jovens. Passar um verão inteiro, a saltar de festival em festival, não é somente uma questão de diversão e férias, é um estilo de vida, uma maneira de viver intensamente a cultura musical e novas experiencias e de abrir os nossos horizontes, e ganhar a capacidade de saber distinguir o que realmente se pode chamar de música.
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