Manuela Matos
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Escrever, é uma terapia...
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« em: Outubro 25, 2011, 20:14:35 » |
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LEMBRAS-TE?
“Chegaste num dia sem data, marcado pela urgência de me encontrares... Tua persistência, tua voz meiga e olhar poético tomaram conta de mim!â€
Lembras-te quando em silêncio me levavas a ver o mar, as nossas mãos entrelaçadas em promessas, onde o sonho fluÃa em cascatas irradiantes de luz? Lembras-te quando deixávamos que a música cristalina embalasse o nosso mundo colorido onde os sinos eram as aves repenicando em alegre sinfonia? Quando à noite tentávamos contar as estrelas do nosso céu deixando a imaginação voar até ao infinito? Lembras-te dos passeios a pé pelo meio da serra, respirando o aroma doce do zimbro misturado com o cheiro suave da terra orvalhada ao amanhecer, e dos mergulhos ao fim da tarde nas águas transparentes da lagoa? Como eram bons esses momentos cobertos de magia onde as coisas simples tinham um significado tão profundo! De todas as chamas do nosso amor, uma minúscula faúlha audaz, percorreu os mais Ãntimos caminhos e desabrochou em flor. Foi um cravo! O mais lindo cravo acolhido pelas nossas mãos plenas de amor transbordante... Passamos a viver, a decidir, a fazer planos em função desse pequeno tesouro que era só nosso! Foi o centro das nossas vidas, e juntos formamos o trio quase perfeito... Em conjunto rimos, choramos, viajamos, acampamos em tendas, convivemos, conhecemos pessoas… Era a concretização dos sonhos que havÃamos idealizado! Como o tempo passou! A história repete-se, assim como se repetem todas as histórias onde as emoções são únicas para quem as vive! Muito em breve a Violeta soltará o seu primeiro choro de boas- -vindas. A mais pequena flor do nosso jardim… só que tu não estarás presente; encontras-te do outro lado do mar, do outro lado do mundo... Por vezes os factos levam-nos a outro patamar, e quase sem darmos por isso deslizamos para uma realidade, onde o cenário muda drasticamente, e ao contrário da maioria, a nossa história não tem o célebre final: “ foram felizes para sempreâ€... Sabes, a vida não se compadece com as lágrimas, e cabe a cada um, dar um novo rumo e uma nova oportunidade a si mesmo, onde nos é feito o desafio de escrever a última palavra, o último verso, o último poema, ainda que para isso tenhamos que lutar contra todos os ventos e todas as adversidades. Não chegaremos juntos ao fim da jornada, mas ficou a amizade e a recordação desses tempos, que o tempo implacável, tornou numa memória...
(Texto desenvolvido a partir de um tema do concurso "Imagens da Nossa Memória")
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