ISMÁLIA

[CAMPISTA CABRAL]

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…

ALPHONSUS DE GUIMARAENS

Ismália queria o céu. Ismália queria o mar.
Vivia na torre mais alta da mais alta montanha. Era frio e o amor não se aproximava dos seres. 
Mas.
Ismália queria o céu.
E queria o mar.
Vestia-se com o branco e o azul e o marfim. Finas sedas que acariciavam sua pele. Virgem mulher era. Mulher. Pensava em sair de onde estava. Lábios presos e palavras guardadas. O olhar para o céu e para o mar.
Os braços sobre a pequena janela e o horizonte imenso ainda a se ver e via a si no mar e no céu.
Uma canção ouvia ao longe. Era o vento, suspeito primeiro do canto. Ouvia uma canção não sei de onde. Era o som das ondas, segundas suspeitas. Uma canção ouvia.
E a canção falava de outro tempo e de outros cheiros e sentidos. Tocava fundo e chamava e pedia e suplicava.
Vem e vem e vem.
Ismália ouvia.
E queria.
O céu e o mar.
E a canção fez-se aguda. E os ouvidos da virgem mulher não podiam mais resistir.
O vestido ao chão. Branco, azul e marfim... O corpo em brilho de luar. O esforço maior era subir e apoiar-se na pequena janela. Um banco necessário foi. Mãos delicadas, mas engenhosas, arrumaram a base e o equilíbrio e a força necessária se fizeram. Corpo na janela. Banhado em luar. Lua e lábios frescos pela noite e como a noite.
Olhou fixamente para o céu. Mais vento. Mais e mais vento. Os cabelos balançavam e brincavam com o seu rosto.
Olhou fixamente para o mar. E os barcos de outrora pareciam nítida imagem de agora.
De repente bruma.
De repente o silêncio.
E nus braços pendiam... na ponta dos pés o caminhar inseguro e pequeno. 
De repente a canção.
De repente o impulso e a sensação.
O corpo tocou as águas e as espumas das ondas, num abraço apertado, não deixou qualquer rastro. O espírito indomável seguiu a canção e mais nada.

[Alice Santos]

Olá Campista.
"De repente o impulso e a sensação"...
Foi num impulso que voltei aqui e a sensação é ótima.
Gostei de voltar.
Abraço.
Alice Santos

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Estamos sumidos, não!
Agora aparecemos e compartilhamos "Ismália".

Abraço...

[CAMPISTA CABRAL]

Obrigado Alice, obrigado Oswaldo.

Também, num impulso, resolvi escrever algumas linhas e é um prazer encontrá-los novamente.

Abraços fraternos para ambos!

[Goreti Dias]

Um belo texto, embora complicado de se ler por causa do formato. Que aconteceu? Mas valeu o esforço de fazer correr o cursor para a esquerda e para a direita!
Abraço

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Ainda bem que o texto é bom, não é mesmo Goreti? [rsrs]

[Goreti Dias]

Nem mais!

[CAMPISTA CABRAL]

Obrigado Oswaldo e Goreti!

Abraços aos dois!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Meus textos estão agonizando... Traga-os de novo a vida [rsrs]

[CAMPISTA CABRAL]

O que aconteceu meu amigo? O que houve com os textos? Há um momento em que nós estamos em um deserto (não há poema, não há texto). É um período de silêncio e investigação. Isso é normal.

Abraços amigos!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Estão agonizando por falta de leitura. [rsrs]

[CAMPISTA CABRAL]

Deixa disso rapaz!!! Lembra-se do que disse há um tempo atrás? Aqui na rede não consigo ficar muito tempo lendo os textos. É um outro formato. A vista não segue... ao contrário das páginas. Eu faço o que posso, vou selecionando alguns textos e leio (geralmente dez ou doze).

Um grande abraço meu amigo

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

É só provocação. Sabe que não perco a oportunidade. 

Abração amigo aqui de Gonça City.

[Nanda]

Campista,
Uma história comovente e um texto excelente.
Bj
Nanda