Poesia sem cotação.

[Figas de Saint Pierre de]

Poesia sem cotação!

Encontro fósseis de animais,
de civilizações,
há milhares e milhões de anos vividas,
que presentes, à minha vista,
com pensamentos e olhares perdidos fico
sobre tudo o que até agora achamos
e sobre o que é dito,
mas sem amostras do ar que respiravam
e de tudo o que diziam e pensavam!
Apenas alguma ciência e
muita imaginação e especulação!

Um dia, de nós;
os de agora e aqui errantes,
outros de nós ignorantes!

Talvez encontrem nossos sapatos,
alguns dos nossos artefactos,
de esqueletos pedaços,
pedaços do nosso coiro
e, com sorte, alguns dentes de oiro!


Talvez, encontrem poemas antigos,
e indagarão da cotação na bolsa!

Nunca chegarão a saber,
porque civilização com poesia
será mais uma antiga, perdida,
apenas com ossadas achada,
mas sem saberem com que alma poesia se fazia
e como um coração a sentia!

Poesia da civilização moderna
são as ações da corrupção
e na bolsa a sua cotação!
Talvez saberão a cotação deste dia?

Da poesia, mesmo poesia, certamente que não,
porque doutra antiga civilização.

A poesia deste poema não terá cotação,
porque não saberão do sentir de sua alma
nem do bater de seu coração!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

[Conceição Constantino]

Em primeiro lugar, sabemos o que é poesia

[Maria Gabriela de Sá]

É poesia com ranço. Se fala em corrupção só pode ser poesia rançosa, risos

Sapatos nº 37

Abraço

[Figas de Saint Pierre de]

Também é o que panço, ó Rafa.
Kissinhos