Sem título(148)

[Dionísio Dinis]

A espaços o tempo é vago
e o ar se faz essência
na precariedade do acto ávido

A tempo incerto
 o caminho de um fado
é pausa  fogo  inconstância e algidez
e o sonho se revela em tinta rubra
 de revolta e  insurreição

Agora o câmbio das coisas difusas
é  mescla de todas as medidas do homem
O poema estilhaça o consenso
das palavras úteis
porque  todas as palavras carecem de sentido
porque a todo o tempo
as palavras rasgam o espaço vital
da eternidade de todos os tempos

Dionísio Dinis

 

[carlossoares]

Gosto desta poesia, embrionária como a inteligência surpreendente de um voo em modo de pausa,
quando olhamos a ave alçando horizontes.

[Dionísio Dinis]

Grato pela atenção, amigo Carlos.

[Maria Gabriela de Sá]

Powerful, este poema. Impõe-se e destaca-se pela força das palavras.

Gostei, abraço

[gdec2001]

Ó as palavras, amigo . Elas nos servem, nos estorvam , nos obedecem, nos escravizam . Quereríamos livrar-nos delas mas surpreendemo-nos a amá-las .
Às vezes me parece que sinto uma multiplicidade complicada de sensações sem quaisquer palavras mas de que serve isso (?) se não posso comunicá-lo ??
Gostei do poema.
Abr.
geraldes

[Goreti Dias]

As palavras na utilidade maior de proporcionar sentidos e sentimentos nem sempre ao alcance de todos. Fantástica escrita. Intensa e imensa.

[António Lóio]

Dionísio
Este rasgar de palavras, só possível para alguns, poucos!
Abraço
Tom

[Dionísio Dinis]

Grato a todos pelas leituras.