António Lóio
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Quanto menos penso mais existo
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« em: Dezembro 28, 2014, 15:53:33 » |
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REQUIEM
No fim de cada ano é costume fazer-se o balanço do que aconteceu de relevante nesse ano. Seria uma estatÃstica interessante se tivesse como finalidade servir-nos de exemplo, com vista a emendarmos os nossos comportamentos, mas não. Nesta época de festejos, recusamos pensar em coisas tristes e muito menos didáticas. Recuso pois, o conhecimento dos aumentos de Pibes ou balança de transações, ou mesmo da quantidade de bolos reis que comemos per capita, claro. Ao contrário do que os meus amigos esperam de mim, hoje vou tocar num assunto que me entristece e me revolta, por fazer parte das revelações estatÃsticas de fim de ano, como se as pessoas fossem números e nos cemitérios estivessem enterrados algarismos. Sugiro que em vez da missa do galo, os crentes sejam brindados com um Requiem como o de Mozart ( seria mais fino, mais erudito quando se fala de Mozart, incluir o seu nome completo Wolfgang Amadeus Mozart), não em relação à s 40 mulheres mortas este ano pela chamada violência doméstica, mas em relação à s que no próximo ano sofrerão o mesmo destino. Uma ocasião como esta, evidentemente, teria de ter lugar junto ao poder central, na capital e os fazedores de leis e responsáveis pela continuação desta chacina, como convidados, encarariam as futuras vÃtimas de 2015, que seriam recrutadas entre os seus familiares.
António Lóio
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