CAMPISTA CABRAL
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Escritor, poeta, documentarista e roteirista.
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« em: Julho 17, 2015, 19:46:03 » |
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Admirável mundo novo: prédios que desafiam a gravidade, veÃculos que se movimentam cada vez mais rápidos, produtos e aparelhos eletrônicos que prometem revolucionar a vida de todos nós... E compramos e acreditamos e nos iludimos. Admirável mundo novo! Problemas sempre os mesmos. A fome sempre a mesma. A violência sempre afiada. A palavra dos polÃticos desgastada. O poder e o pudor, desequilibrados e distantes. Caminhos errantes. Mas compramos a ideia. Acreditamos no futuro e nos desiludimos. Entre fios e chips e terminais de alta tecnologia, japoneses desenvolvem robôs almejando uma cópia fiel do homem. E os cientistas buscam os movimentos precisos, a emoção perfeita, o sorriso certo, o calor medido, o humano. Compramos, acreditamos e nos iludimos. Carros andam sozinhos, casas reconhecem seus donos, câmeras espalhadas por todo o lugar. Tudo feito de forma rápida e precisa e direta. Não há tempo a perder porque, afinal, tempo é sempre dinheiro. Não importa o sonho, pela metade ou inteiro... Admirável mundo novo: praticidade, estética e velocidade. Precisamos resolver as coisas. As coisas precisam ser belas para nós, assim como nós precisamos ser belos para os outros. Nós e as coisas precisamos ser rápidos. Tudo prático, bonito e rápido. Admirável mundo novo! Mendigos e barracos e fuzis e diversos Brasis. O homem, cibernético ser, olha, dentro de uma redoma, o novo mundo que inventou. Um mundo cheio de prazeres a preços promocionais, remédios de todas as cores e para todas as dores. O mundo que contempla é de plástico e não há mais água nem cheiro e muito menos verde. Mas ainda existem viadutos e criaturas humanas que estão fora do sistema. E ainda há os que choram e que lamentam e que morrem... Inexplicável mundo novo!
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