o poema não morde, o poema não fala

[Mel de Carvalho]

o poema não morde
o poema não fala
o poema rejeita estropios d’alma.

as luzes estão apagadas
o pano caiu
o ventre inchou-me sem razão
… não, não  estou prenhe
a não ser da minha própria insensatez
se acasalei sem chão
(o teu)
e os pés, esses,
inflamam-se-me em fúria aquosa de desfolhar marés.

o poema não morde
o poema não fala
o poeta engole e baldeia ar comprimido
da botija vazia.

na ribalta enregela-se d’ elocução
agonia-se
anseia-se
emetiza-se d’acetileno perverso

verso, (in)verso
(in)verso, verso …
este
que julga ser ebúrneo

cândido 

compósito indulto
em palidez
lívida de mortifica paz…

de um “tanto faz”.

[… hoje canto braseiros acesos
nos olhos e nas ombreiras
e nas paredes escleróticas –
sombras desabitadas
daquela sala].

       o poema não morde
       o poema não fala
       o poeta agoniza
       em ausência d’horas claras.

[Sandra Fonseca]

O poema é essa pedra bruta que lapidas em diamante magnífico!
Beijo.
Parabéns pelo livro novo!!!!!!!!
 

[Mel de Carvalho]

Minha querida irmã de letras, acabo de entrar e vejo-te. O livro tb é teu, dado que escreveste um belíssimo texto (não sei se mereço, acredita, mas que me "baba" baba rsrs) para um "prefácio" colectivo.

Quero que o tenhas e portanto, faz o obséquio de me enviar a morada, minha amiga, que eu vou enviar-te com imenso prazer.

Beijitos Sandra, eu é que te parabenizo pela pessoa e pela poetisa maravilhosa que és!

[josé antonio]

Boa noite Mel,

Palavras para quê, para repetir?

Quando for grande hei-de escrever poemas destes, Mel... Não duvide. Já estou a treinar!

Abraço

[jcbrito]

muito bom.

[Nina Araujo]

Muito bom, deslizar pelos teus versos! Parabens pelo livro! Sucesso sempre!

[Mel de Carvalho]

A todos os amigos, os meus sinceros agradecimetos pelas leituras e pelas palavras de estímulo.

Bem-hajam
Mel