vitor
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Olá amigos.
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« em: Outubro 31, 2008, 11:26:35 » |
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Em partes das paredes, lesmas surripiam tudo, por outras, balas voláteis entram pelas janelas da alma com gelos de ferro difuso e constrangido, brilhando gritos sem nome, sem mim. Como o pundonor vadio na estrada, ser lei ou resquÃcio do nulo, números assimétricos, avassalados, na memória sem morte. Do espelho estático. Com ou sem volume, a assumir o vento espartano dos destinos, nem mais, sepulcros, sabes, quimeras sem a vontade inÃqua da minha voz, distendida aqui, a sós, a conferenciar comigo o que é. Um dia talvez, nas penumbras sóbrias do resto, recordar, perdi a certeza de quem fui quando na verdade, quem eras, foi, quem pensei em mim, não ficou certamente, no verdejante instante da capela, acumulado ao vértice cónico da madeira que os aloja pela madrugada, desta casa vazia. Escura. Metros demais delimitam a beira da estrada, o limiar atónito do tempo, a certeza avulsa desta vontade que me revolta contra o silêncio, o padeiro, a madrugada, o pão cinzento e o saco natural nas mãos que o carregam à cozinha, a velha ali, o estribo também, e eu, a acordar de escravidão, e serventia, e vontade dum estudante que à escola não ia, sabes? Olhares nauseabundos, no chão, um bacoco servente de passos marcados na esfera vulnerável da via sem rumo, serpenteavam, sei, longe, o ruÃdo do medo sem estribos, sem escroques de marcas reais neste pedestal coração de canções, um ruminante servo dos meus destinos, a despedir-se, sim, desde sempre, à s horas tardias, num desprendido e solto corpo da vida de ninguém, de barragens ao longe, beberei garanto, a cerveja içada da mão do empregado desta casa de pasto velha e antiga da recordação que me cola a mim. Sou garantidamente feito de bares e em bares, numa escuridão vasta e recital, num coro do chiar nómada de copos, uns contra os outros, das mãos balouçantes que os levam, vazios, no desprendimento triste do fim de uma correria de bocas famintas, da sede cáustica do silencio a irromper o tempo no decorrer perdido, como todos os momentos, ali estava, especado e de ar aparvalhado a vê-los sem vicio, num despudor cansado. Agora, frente a frente, nus, como oceanos de asfalto numa barragem de cheiros inventados e sabores de beijos e lábios a amargar o resto da noite, nesta cama de rio e molhada de azuis silenciosos, o corpo entrelaçado a jorrar dores de vida num sentido inócuo, havia ali uma janela, no desconhecido lugar da noite, a terminar, seria, o orgasmo arrancado à alma. (...)
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