Adam...ii

[Rui Peres]

Já me explicaram como devo proceder, como tal, e em gesto de boa fé, deixo aqui o último que escrevi. Deixo-vos o link no final, porque sinceramente com a imagem e o fundo, o texto, tem outro impacto.

“Isso mesmo. Exactamente! Espezinha, mas não pares! Nem penses em quem está envolvida, nem em nada. Avança vadia, sem problemas. Pega nela e maltrata-a. Nem a conheces, mas podes continuar.  Poderei impedir-te? Poderei calar-te? Poderei matar-te? Não, nunca. Viverás aí sempre. A roer. A chiar e a gemer. A conspirar e a maltratar. A odiar tudo o que te aparece à frente. Não pensas em nada, egoísta. Só em ti e na tua causa sem objectivo senão torturar e matar. Queres tudo para ti…e ninguém te faz frente! Nunca ninguém fez, não é verdade?! Vais continuar até conseguires o que queres. Eu sei! Eu sinto-o cá dentro! Paras quando…..deixa-me lá pensar… quando tiver que ser , não é?! Sem data, sem aviso, sem merda nenhuma. Tu e só tu. A comeres-me as entranhas até eu ficar despido de tudo. De sentimentos, de emoções, de vontades, de desejos, DE TUDO O QUE CONSEGUIRES ENGOLIR! Mas força, ninguém te impede. Eu estou quieto e gosto de te observar. De te estudar até ao mais infimo detalhe. És minha, eu criei-te! Mas que estranho caso, quando a criação manda no criador. E o manipula e o mata à sua vontade. Uma autêntica marioneta. Sim, é isso mesmo! Uma marioneta. Fria, de madeira, sem vida, sem nada. Que tu pegas usas, brincas e depois metes num canto!  Num canto frio e sujo. Mas que em merda nenhuma se compara ao estado da minha mente, depois de me tocares. Depois de me violares sem parares! De cuspires em mim! De dizeres que eu te meto nojo! ( Onde já se viu a criação a desdenhar o criador?) De ser um verme arrogante! Que sou um traste, pior que tudo e que todos! De ser mesquinho e sujo! Um merdoso que faz tudo por um bocadinho de atenção! Sim, insulta-me! Isso mesmo, já não te posso parar e não. Usa-me até não teres mais vontade. Faz o que quiseres de mim! Já não tenho vida. Já me roubaste tudo o que havia, nada ficou. A não ser o frio, a madeira e a morte.“

http://mindmakers.wordpress.com/2009/01/03/adamii/

[Rui Peres]

Gosto de existencialismo, da dor, do sofrimento e depois da libertação. Da consciencialização de que sem dor não se evolui, não se avança. Autênticos "patetas alegres" amorfos e passivos para o que nos rodeia. Porque a consciência traz grandes benefícios, mas também traz infelicidade.

[Goreti Dias]

Eu gostava de ler o conto mas com esta letra... Que tal postar de novo, fazendo "modificar"

[Rui Peres]

Espero ter ajudado.

[Dionísio Dinis]

De boa fé estamos todos por cá, com religião ou acima disso tudo, da fé e similares.Adiante.

Um texto que impele à reflexão, um texto que pode ser a parábola do ser humano, na luta por encontrar o por detrás do espelho renitente, em nos devolver a imagem que não é do nosso agrado.Um pedaço de prosa com qualidade e substâncias de apreciar.Demoradamente!

[Goreti Dias]

Obrigada.
Um texto a  pedir reflexão. A conclusão está duramente magnífica. "já me roubaste tudo o que havia, nada ficou. A não ser o frio, a madeira e a morte.“ Sem dúvida! Isso ninguém nos rouba.
Bem -vindo

[Luis F]

Sabe bem ler contos assim, bem escritos e com sumo

Saudações poéticas
Luis