“Posso não acreditar em bruxas, mas que as ai, ai…”

Há aqui frases que podem parecer de difícil interpretação, mas para quem escreve como eu, nunca poderei pensar que os leitores são pessoas incultas… E portanto, eu estar a escrever sempre de forma simples, é dizer-lhes que são incapazes de entender o que escrevo, não é a esse ponto que pretendo chegar de forma alguma, com o devido respeito! Assim sendo, neste texto como noutros, tento sempre criar uma imagem daquilo que pretendo adicionar ao tema.
Debruce-se um pouco sobre o conteúdo destas palavras para perceber logo, logo, aquilo que aqui escrevo.

Porque não nos chega uma fé, aqui e ali vou constatando que, um universo vasto de pessoas acumula crença no sobrenatural. Numa opinião pessoal considero que a questão por parecer simples pode ser um bico-de-obra de difícil conclusão, já que há quem, numa situação aflitiva recorre às mezinhas para tentar decapitar o seu mal, mas com isso e inconscientemente acaba por se tornar um vício, ou uma carência que levará à dependência desses obreiros “Doutores” “Doutoras”. Assim sendo numa frase de caracterização diria que, “muito do nosso povo vai à missa de manhã e de tarde à bruxa”. Poderia chamar a esse facto hipocrisia, mas não o farei já que a necessidade de uma fé é quase imprescindível para uma condução mais segura daquilo que somos e de que descendemos, por tal tem de haver um grande poder do além, para que tenhamos sido nós os escolhidos para fazer a passagem terrena. Isso é sempre algo que nos leva a pensar, e portanto há muito magnetismo entre nós, o céu, as pessoas e o mundo em volta delas. Apenas digo que, tenho muita desconfiança dos curandeiros e portanto tento manter a distância devida em relação aos seus poderes, poderes esses dos quais reservo para mim uma opinião muito própria, da qual, apenas partilho aqui neste espaço um pouco daquilo que penso.
Batidas repetitivas no peito, oferendas de fé ao altar de Deus, beatice para mostrar que somos puros, tudo isso porque…
O plano dos homens será como a crença do diabo na admissão dos deuses para a ventura esventrada das almas?
Serão só jogos de luz treva onde nos atravessamos ao comprido na esperança de uma fuga aos desaventos?
Que grelada, ou salada russa de tentativas, para preencher as nossas lacunas, saltando de fé para fé, na imposição do sobrenatural com que rezamos os nossos males aos ouvidos das seitas…
“Imploro” curas do mal entre velas ardendo, bolas mágicas com o vibrado limiar de brilho multicolor, cartas de reis misturadas nas damas de espada cortante, ou talvez dama de ouro, futurando o vindo regalo da riqueza material.
Mais…Rezas e brados loucos de vozes distorcidas, roncando o nome de quem me quer mal, de quem me devo defender, para que possa ter uma vida longa e cheia de linhas rectas.
Tanta necessidade tenho eu de cá vir e dizer-lhe que sou dono de todo o mal! Digo-lhe senhora que a vida não me corre, digo-lhe senhor que me ajude a curar umas maleitas de amor, digo-lhe curandeiro, que esta maldita dor ao pisar no chão não me larga! Que me aconselha Dr. das almas?
Já tentei de tudo para alcançar o coração daquela mulher, o que eu não farei para me libertar deste vicio que não me larga, e aquele vizinho que tudo tem e eu nada, e aquela caldo de inveja onde se misturam azeitonas ácidas gástricas no meu estômago dilacerante?! Que Me aconselha Dra. das almas?
-Hóhóhóhó… a ti te ergo bola de cristal, a vós reclamo iluminação para este ser, cartas lindas não se misturem às damas de terror, que os valetes venham em defesa do ouro e da copa. Cálice do coração… abri brechas a esta alma…ze, ze.ze…
-Hóhóhóhó…está curado Sr. deve cá voltar para que os demónios não consigam atravessar a barreira defensiva que lhe coloquei…ze, ze, ze…
-Muito agradecido [a] … já me sinto muito melhor!
-Quanto é pela cura?
-Dê lá o que quiser, mas um trabalho como este, que tão frutuoso foi, merece pelo menos uns cinquenta euritos…
(por aqui me fico… não acreditando nas bruxas, mas que as ai, ai…)