Nação Valente
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outono
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« em: Janeiro 02, 2024, 23:50:23 » |
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O dia seguinte
A realidade entra-nos em casa através dos ecrãs de tevê ou de computador. Essa realidade não é a realidade real, mas a que nos querem mostrar. Quem controla o mundo por imagens, manipula e manipula-nos. Os temas, os assuntos, são selecionados de acordo com interesses que nos ultrapassam. Não passamos de consumidores passivos.
No fundo, somos consumidores, acrÃticos, da sociedade das tecnologias. E vivemos felizes nessa realidade paralela, que não dispensamos, como um vÃcio, que nos corre nas veias. Os contactos humanos, ainda mais restringidos, estão cada vez mais, atrás de um ecrã.
Consumimos guerras de forma acrÃtica, como se fossem filmes produzidos em estúdio, por actores profissionais. Mas os protagonistas são pessoas que sofrem, que morrem, ao lado da nossa indiferença. Pais que têm filhos, filhos que têm pais, gente sem nome, mas com vida para viver. É verdade que somos impotentes perante a avidez de loucos que exercem o poder. É verdade que nos acomodamos porque não nos bate à porta. É verdade que chegámos a acreditar que guerras eram coisa do passado. Não são e nunca serão. Estão no adn da humanidade. E o que é mais preocupante é que vemos gente disposta a apoiar populismos, que se vingarem, nos escravizarão,
O facto é que há muito mais mundo para além do que nos entra magicamente em casa. Existem outros mundos, outras realidades, pequenos e grandes dramas escondidos, felicidades simples, sem serem determinadas pelos novos mentores espirituais, de uma vivência sem espiritualidade. A euforia da passagem de ano já deu lugar ao dia a dia comum, igual ao que costuma ser. Mas a ilusão continuará, seja qual for a forma que assuma. Dia após dia, o ano dito novo não será mais que a continuação do ano velho.
Palavras soltas
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