CASTELO DE AREIA

[zésilveiradobrasil]

Sentaram-se.
afastados,
cabisbaixos,
cada um em sua pedra,
partes do alicerce
desmoronado,
construído na areia,

Próximos mas solitários.
Num solilóquio
sussurrado,
disseram tudo
um ao outro.
O que tinham de dizer
e o que não deveria ser dito.
Coisas pequenas,
palavras sem viço,
resquícios de um mal viver.

A brisa era morna
naquela tarde,
a marola lambia
mansa o beira mar.

Alegria?
Só dos albatrozes,
bicando tatuís e sarnambis
na areia fofa e úmida.

O marulhar falou mais alto,
apagou as pegadas das aves
e as vozes emudecidas.

Nada mais havia.
Aproveitaram os nós
desfeitos, frouxos,
e as amarras soltas,
lançaram ao mar
o pouco restado
de sentimento.
Saíram dos pedestais
vagarosamente
em direções opostas
pela enseada,
e não olhando para trás.
Deixaram o castelo de areia,
ruir com a maré.

[luadepedra]

Que belíssima cascata (castelo) de palavras!

1 Bj*
Luísa

[Goreti Dias]

Construirão um de verdade!
Abraço

[josé antonio]

Olá José Silveira,
Não me diga que ainda não encontraram um castelo aonde curtir sentimentos e afectos até agora!
Abraço fraterno.

[zésilveiradobrasil]

Que belíssima cascata (castelo) de palavras!

1 Bj*
Luísa

Sim  Luisa, mas com um final não tão belo. Grato por comentar. Um beijo e afetuoso abraço.
Silveira.

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Querida Goreti, creio que não. O poema não deixou perspectivas. Grato. Um beijo e afetuoso abraço.
Silveira.

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Caro José Antonio, eles até construíram! Mas permitiram que a maré do desentendimento, destruísse.
fraterno abraço poeta.
SIlveira


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Querido amigo, trata-se de mais um texto advindo do meu olhar ao cotidiano. Grato.
fraterno abraço Domingos.
SIlveira