NO DIZER DAS COISAS

[CAMPISTA CABRAL]

No dizer das coisas o poeta faz-se palavra após palavra
e o seu rosto é a folha
sua alma o poema

no dizer das coisas o poeta faz-se verso após verso
e o seu rosto é o silêncio
sua alma a canção

no dizer das coisas o poeta cria-se
inventa-se
finge-se
elabora-se

e... a cada novo poema
um rosto, uma voz, uma canção

e... a cada novo enigma
uma luta, um combate, uma guerra

no dizer das coisas faz-se o tempo
e o poeta brinca consigo mesmo

e escreve

[Alice Santos]

Escreve e bem. Gostei. No dizer das coisas é no inventar-se a cada momento que a vida segue o seu curso, ora calmo ora conturbado mas deixando sempre algo escrito nos versos dos poetas.
Abraços da cidade invicta,
Alice Santos

[CAMPISTA CABRAL]

É no dizer das coisas que nos fazemos mais humanos. Mais assombrados com a vida, no entanto, mais humanos! Obrigado pelo comentário sobre o último elemento. O poema publicado no Recanto das Letras é um esboço. Publicarei por aqui o definitivo.

Obrigado pelo carinho e pelas leituras! Um grande e terno abraço!

[Goreti Dias]

Verso após verso, se vai fazendo a poesia. Assim...

[CAMPISTA CABRAL]

E o poeta sofre e sua e esbraveja verso após verso, contudo, ao final, sorri ou então, em silêncio, admira boquiaberto o resultado final!

[Vanda Paz]

é no dizer das coisas que tudo acontece, tal como no poema, quando fala o poeta

[CAMPISTA CABRAL]

É no dizer das coisas que tudo acontece! Tudo mesmo!

Um grande abraço e obrigado pela leitura!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Sem comentários... Mas um poema com o selo de qualidade Campista Cabral. [risos]

[CAMPISTA CABRAL]

Obrigado! Quer dizer que virei selo? A gente diz tantas coisas e tantas coisas são ditas sem precisar, de fato, dizê-las textualmente. A poesia é assim: ora fala demais, ora faz silêncio, porém entendemos o que quer dizer.

Um grande abraço amigo!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Cabral...

Por falar em dizer das coisas... Vejo que já descobriu o escritor que te indiquei. Coisas da Internet. Há alguns anos atrás teria de esperar para que te emprestasse o livro ou teria de correr a uma livraria ou a biblioteca. Não encontraria o livro. O que fazer? Voltaria para mim e eu diria que o emprestei a outro amigo. Que voltasse no dia seguinte. Você voltaria. Eu diria que não me devolveram. E assim vai. Só que não em Recife, mas em São Gonçalo. [risos]. Estou engraçadinho hoje... Consigo fazer graça até com uma escritora tão psicológica e densa como Clarice. [risos de novo].

[Dionísio Dinis]

No escrever das coisas, o sentir e o dizer de forma assaz superior.No verbo, e na audácia da alma primorosa.

[Abgalvão]

Muito bem ditas as coisas que quis dizer...gostei muito!
Cumprimentos

[CAMPISTA CABRAL]

Olá Dionísio e Abgalvão!!

Obrigado pelos comentários! No dizer das coisas está o mistério de tudo: quando escrevemos todos querem dar um sentido ao que se escreve, no entanto, o momento da escrita, o instante do fazer é a melhor hora!

Um grande abraço!