CARNAVAL

[Vóny Ferreira]

 
Afunda-se o destino num mar de desenganos
Riscam-se as palavras da pele e da alma
Turva-se o sorriso com os dentes apodrecidos
Masturbam-se os ideais nos bordéis da vida.

Invertem-se os caminhos no meio dos escombros
Arranca-se o sol por entre a terrível penumbra
Brinca-se ao Carnaval em cada novo Fevereiro
Sorrimos e sambamos como medo do outro dia!

E lá vai permanecendo em nós a triste sina
De fingirmos que acreditamos que isso é viver
De secarmos as lágrimas que teimam em correr.

Valerá a pena omitir a desilusão dessa farsa?
Ou vamos continuar a ver cada amanhecer
Dissolver-se no tempo que adultera o nosso crer?

(VÓNY FERREIRA)

[Goreti Dias]

A mim parece-me tanta vez que se brinca ao Carnaval em todos os meses. Para pensar...
Beijo

[helenacosta]

 Vóny,

  Neste mundo em que vivemos, infelizmente na maioria das vezes, ainda temos que fingir para acreditar que isto é viver.

  E concordo com a Goreti,  não é só em Fevereiro.

 Beijos
 
Helena

[António Lóio]

Vony
Carnaval e mascarados ou mascarados sem Carnaval. Transformemos Fev  noutros meses, nesses dias de namorados , das bruxas, do pai, da mãe, do comerciante, do comerciante, do comercian.... Máscaras de palhaços ou palhaços mascarados?
Bj
Tom

[jessebarbosadeoliveira18]

o carnaval é o expoente maior do circo moderno. a migalha que anestesia
fugazmente a dor causada
pelas chagas da opressão.

este poema enseja uma reflexão concisa sobre o que é o
carnaval, vóny.

[Vóny Ferreira]

Obrigada a todos que me comentaram
Bem hajam!
Vóny Ferreira