CONTANDO AS XÍCARAS

[Marília]

CONTANDO AS XÍCARAS
Marília L. Paixão

Estou a um passo de onde não estaria você
Procuro-te no escuro do rio claro
Procuro-Te e te protejo de me achar
Alcanço-te com minha forma de amar

Mas não quebre minhas xícaras
Espere a raiva passar
Não queime minhas roupas devagar
Não salgue a comida
Sabe que não passa a sede de guarida

Fui te encontrar no outro lado do rio
Já tinha até tomado toda a água de coco
Já tinha cortado o cabelo do seu gosto
E se cheguei sorrindo foi por amar a última xícara de chá
Foi por não ter deixado entornar o café que esfriou em minha ausência

Sim, amor
É preciso paciência
É preciso ceder, entender meus fardos
É preciso apreciar os goles de fato
Que estou renascendo em seu colo cristalino
As asas das xícaras são como asas de um menino.

[Goreti Dias]

Paciência e cedência... sobretudo, amor!
Sensível este seu poema!
Bj

[Marília]

gosto da forma como expressa o que vê.
thank you, Goreti.

[carlossoares]

Marília,

Um poema peculiar e algo complexo.
O amor tem todas as virtudes, mas todas as virtudes juntas não são amor.
(Saberei o que estou a dizer? :)

Abraço

[Marília]

acredito que no amor as virtudes são parciais
nenhuma forma de amar é perfeita.
Obrigada, Carlos!

[Zélia]

...esperar a raiva passar...
Algumas raivas não passam ou demoram tanto que as pernas se cansam de esperar!
Muito reflexivo o seu poema, Marilia! Gostei demais!

Beijos de luz e o meu carinho!!!

[Sandra Fonseca]

"As asas das xícaras são como asas de um menino"

Que lindo e sensível! O exercício de amar é exige respeito e paciência. Não é construção? E possível quando se quer.
Amei o poema.
Beijo.

[elvira]

Olá Marilia, um poema servido na mais pura porcelana.Bj elvira

[Marília]

Thank you girls!
Um abraço para cada uma.