Equilíbrio

[Valdevinoxis]

Apontei para Norte o meu desnorte,
Retirei todo o azar à sorte
E dei vida à que será, um dia, a minha morte.

Num retesamento de espinha
Saltei do chão para as pernas
Recuperando aquilo que tinha
Fechado entre asas e penas...

Fiz-me direito
Andei mal seguro por caminho estreito.

Balanço agora, abano
Num desengonço medido
E um desequilíbrio decano...

Mas cá vou, entre aspas e travessões
Fazendo das palavras, viva voz,
Dizendo dizeres gigantes e anões
E debruando-os com cornucópias
Na tentativa de sentir o pulsar
De algo que não se quer mostrar.

E assim, aponto outra vez o Norte ao meu desnorte
Esgrimo o azar com a sorte
E dou vida à, que vai ser, a minha morte

Valdevinoxis

[Goreti Dias]

Entre aspas e travessões...
Interessante deveras!
Um abraço

[Dionísio Dinis]

Um equilibrio assaz original, palavras e imagens com imagem de marca registada.Muito bem!

[RosaMaria]

Olá Valdevinoxis
Sempre com elevada qualidade a tua escrita, como a saboreio-a... e assim "dou vida" a tão belas palavras...
terno beijo
Rosamaria