pedrojorge
Membro
Offline
Sexo:
Mensagens: 149 Convidados: 0
http://pedromrj.blogspot.com/
|
|
« em: Outubro 20, 2007, 19:59:47 » |
|
A Isaac - Ao 23 - Ao phi - Ao e - Ao Pi
Ataviado pela sua casaca carmina, isolado, desviava-se do seu colega de quarto. A frioleira do seu bloco engrossava, distinguia a agilidade com que relacionava os retoques finais… “Sinto-me absolutamente sozinho, estou”. Cavalgava de mãos a mãos, 1707, era ali, o rancor e o obséquio religioso haviam mudado, afinal a heresia era a única via. O colega de quarto era um traidor, era um enviado do inimigo para o espicaçar e tolher. Lembrava-se dos pontapés que lhe dera antes de saltar para o cimo da mesa, um tabuleiro que albergava a alquimia que honrava. Ninguém fora tão rigoroso e pretensioso como fora, ninguém estendera o espírito ou se doara como uma prostituta à carência económica ao dinamismo da valquíria, o ancião do séc. II A.C., pagão consagrado, de nariz sobressaído, lunático exímio. “Que sina, desfiz a cama para estender os lençóis e nem reparei no cobertor. Sozinho, só, solitário. Se, mas, pois, com visto, sem solução, que tristeza, nem namorada”. → Desfeito em pó como uma aspirina, ah, mas isso sabia que existia, chorava ao retoque do violino enfadonho das vozes dos automóveis que brindavam a estrada, 2007, e não era o mesmo de há duzentos anos. Nem um ciclo da reencarnação, nem a fortuna. Era um macabro pé de cabra numa rodela do livro de S. Cipriano, se é que era dele. Viajava num cavalgar entorpecido, no qual o vento se convertia em ondas magnéticas e tudo não era mais que uma viagem no tempo. Era Isaac, ele sabia que ia resultar e mesmo que abandonado pela Terra, iria apelar ao Veado. Cambridge não estava longe, mas cada vez se afastava intensamente. Penetrando a escala dos campos. A sua infância sumida nos moinhos de ventos e eles agora tão esquecidos e o vento era ondas, e as árvores um portal. Os olhos lustravam e varriam o painel que era a corda amarrada ao cavalo. Vencia assim a gravidade. ← I will return. → Proferia. 23. “Nem tenho alguém, e sigo um trilho estranho, cómico e manipulado, cósmico e alado, ao menos uma namorada, Deus. Ah, odeio-te, adoro-te, eu não acredito sequer em ti, em Ti”. O fim será em 1727, 2+7=9,7*7=49,17+2=19,27+2=29,77+2=79,72+17=89,727+2=729,1727+2=1729, ano sem significado numérico, sem conveniência analítica. Morrerá e nascerá, será assim, a pedra filosofal é apenas um género de portal para a reencarnação, ponto final. “Sinto que algo me impele, um desejo de concretizar algo de uma vontade remota, não do meu tempo. Porque vivo a vontade de outro? Porque estou aqui? Porque sinto que aqui estou? Estou num jogo?” → Era a continuidade. Chapa fendida e não compunha com pena. Não sintetizava alguma melodia, era um ermo, um verme com valor científico, apeçonhentando a sanidade da ciência estática, o caixilho de um quadro que podia ser pintado a todas as horas sem conseguir percorrer o pincel de modo a ilustrar todos os pontos, deixando sempre infinitos ao descoberto…
|