Ode Salomé

[Bruno Sousa Villar]

Dança, Salomé, dança
sobre a memória da árvore
agitada pelo vento no
alto como um papagaio de vento,
Salomé, dança, dança, de olhos
fechados, movimentos descoordenados,
tu sabes que as palavras são fora do pé,
Por, isso dança salomé sobre as águas
do silêncio morto regressa à costa das
areias semoventes e afunda-te , Salomé,
por mais imbecil que isto soe, morre, salomé
a rir, salomé, dança, dança, como um redemoinho
no ar sacudindo a poeira perlimpimpim do optimismo,
dança,estilhaça o chão sob o pé da página,salomé,
dança, que tua tragédia alce voo, o peso é igual,
entre a pluma e a espada, salomé, pois é,
por isso dança, sobre a memória da árvore bailarina
conduzida pelos ventos do norte, roda-o-pé,Salomé
Cansa-te, salomé, mas não deixes de dançar como
um papagaio de vento.

[Dionísio Dinis]

Um momento único, sublime e de vertigem estonteante.A sabedoria de colar a pele do leitor ao íntimo do poema!Os meus aplausos.

[Goreti Dias]

Dançar nas palavras como quem dança no vento...