josé antonio
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« em: Janeiro 25, 2009, 17:11:01 » |
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Pertencia à quele grupo pseudo alimentador da rotação da terra e do mundo, sem tempo para além do tempo das reuniões e reuniões e assembleias e assembleias. Muito menos para os enfadonhos exames de rotina que sendo de rotina não valeria a pena gastar tempo a repeti-los. E a sorte foi ajudando-o a cultivar o ego da imunidade contra o desastre até ao segundo em que o desastre, sorrateiro e silencioso, como sempre, e por isso desastre, o atirou para uma maca, para uma ambulância e para uma cama do hospital. Perfeito. Acordado de barriga para o ar, com tubos pelo nariz e cruzeta na mão ligada à máquina – sua segunda mãe - , descobriu o valor relativo da hora comparado com o do segundo que lhe poderia ter atirado para a cova dos heróis. E ficou deitado, ali, com todo o tempo, durante quinze dias a admirar as paisagens que o branco do tecto do hospital lhe ofertava a todo o momento, vagaroso ou mesmo parado. Quando regressado a casa, refeito do susto e da estupidez, criou um relógio sem horas, sabedor que era da prioridades das coisas: - do acordar, do banho, do pequeno-almoço, do almoço e do jantar e até do fazer amor com a esposa quando acontecesse. Resumindo, todo o dia estava preenchido de prioridades naturais e sequentes. De nada valeria alterá-las. Então, no lugar do relógio, tanto em casa como no escritório, colocou uma lista, sem horários do que pretendia fazer e com que prioridade se o pudesse realizar. Ah, quanto aos voos de avião, se perdesse o inscrito no bilhete embarcaria no seguinte. E ficou de bem consigo, famÃlia e amigos. Com o desastre, nunca mais falou.
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