A Cor do som

[Lana]

A Cor do Som

Som de vapor ao longe
solitário, melancólico
som de saudade
sopro de vida intemporal.
Som de estranhas conchas de ouro
onde búzios fazem couro.

O som persiste na sala kafkiana
paira um ar de mistério
escuro, pesado, triste...
e o som cansado não pára
traz consigo empobrecido
um murmúrio entorpecido.

Dentro desse som outro se diluiu
um grito aflito, assustado
um grito de medo disfarçado
num ser volumoso e pesado.
O grito fugiu para a rua
numa espiral negra e crua.

O som de vapor voltou a soprar
pachorrento e fatídico
a sala iluminou-se de negro
num terrível degredo
e um homem dançou balet
num piano de cabaret.

E sempre aquele som...
Sempre no mesmo tom.


Liliana Josué

[Goreti Dias]

Um som a arrastar palavras.
Seja muito bem-vinda a este cantinho!
Abraço

[Dionísio Dinis]

Sons e cores com poesia por dentro, um som colorido com palavras bem escolhidas.Parabéns e seja muito bem-vinda!

[Joaquim Sustelo]

Sons mágicos, que fazem um bom poema.

"Som de estranhas conchas de ouro
onde búzios fazem couro."

Um beijinho
Sustelo

[Vóny Ferreira]

Gostei dos seus sons,
em forma de palavras descritivas e belas.
Vóny Ferreira

[vilde]

"Som de vapor ao longe
solitário, melancólico
som de saudade
sopro de vida intemporal.
Som de estranhas conchas de ouro
onde búzios fazem couro"

Olá Lili!
Finalmente entre amigos.
Bjs
vilde

[Dete]

Viva Liliana:
Este som... de palavras é muito lindo.
Que bom voltar a ler os teus poemas...
Bjo da
Odete

[Lana]

Olá Goretidas, Dionísio Dinis, Sustelo, Domingos da Mota, Vóni Ferreira; Vilde e Odete

Peço desculpa pelo meu atraso de agradecimento em relação aos vossos comentários a este poema. Mas tenho desulpa porque foi dos primeiros e ainda andava meio perdida.

Muito obrigada a todos e tenho pena de não ser mais participativa, mas o tempo corre e, por vezes, não ajuda nesse corrida.

Um abraço muito amigo e agradecido.