devolvo-me

[Mel de Carvalho]

devolvo-me
ao vento como ínfima partícula de coisa alguma
à água com que se banham as coisas mais terrenas
mais banais
ao fogo que devora a pele lenhosa de árvores centenárias
sem se deter na folhagem tenra e branda
nos ninhos que ainda comportam
de novas aves,  piares impúberes...

a todos, um a um, me devolvo intacta
em marsupial certeza de que 

não busquei o altar dos deuses
nem sequer o pódio em que rejubilam heróis ocasionais.
não logrei o óbvio
quando me detive a perscrutar das estrelas
indultos para os devaneios
singelos e puros de minh’alma poética

pária
não quis nada que não fosse
a tua mão na minha
teus dedos nos meus dedos
o toque matinal de teu rosto no meu rosto
o tacto anelar de um poema desenhado
na rua aberta
por onde livres que somos um dia haveremos ‘inda de passar.

[Sandra Fonseca]

Devolvida à "rua aberta
por onde livres que somos um dia haveremos ‘inda de passar."

Que beleza és capaz de conseguir num poema. Coisas de quem possui uma grandeza de alma. Coisas de Mel!
Beijo de cá.

[António Lóio]

Mel de Carvalho
Bonitas imagens poéticas ao longo do seu poema, mas afinal o que a Mel queria era o que distraídamente apelidamos de trivial e não é. " a tua mão na minha, os teus dedos nos meus dedos
etc etc
Tudo muito belo
Tom

[Goreti Dias]

Das coisas simples que têm todo o valor do mundo é que se faz a grandeza da alma, amiga Mel.
Belíssimo!
Beijo

[Mel de Carvalho]

Meus amigos,

a todos, a cada um, o meu obrigada ad eternum.

Bem-hajam
Mel

[Vóny Ferreira]

As palavras ganham outro fulgor
nas mãos daqueles que são genuinamente
talentosos.
Os adjectivos escasseiam. Bravo, Mel!
Vóny Ferreira

[Joaquim Sustelo]

Excelente, amiga!
Beijinho

[Mel de Carvalho]

Venho agradecer-lhe a generosidade das suas palavras e dar-lhe as boas vindas a esta casa.

Fraterno abraço
Medl

[helenacosta]

Mel,

  Que Beleza de poema!

[Mel de Carvalho]

Helena, mil obrigadas.

Beijito da Mel

[luadepedra]

Fiquei encantada com esta cascata de sentimentos. Belíssimo!

1 Bj*
Luísa