SEM AMARRAS

[Vóny Ferreira]

Quem sou?
Ah, eu…
Não sou nada!

Estou entre o céu e a terra
O sorriso e a lágrima.
Sou prisioneira dos extremos
Por estar desprovida de virtualidade.

Não sou mentira nem verdade...!

Busco sonhos com as mãos
Numa voragem de vento errático
Que se eclipsa furtivamente
Numa gruta de transparência obscura.

Sou o princípio da loucura...!

O túnel iluminado que te espreita
Na cegueira horrenda dos morcegos.
Não passo de um bocejo
A despertar dos meus sonhos!

Atravesso campos inóspitos
Em afagos audazes às palavras
Que beijam as tempestades
Sem amarras... Sem amarras...

Não desbarato as minhas lágrimas...!

Sou EU em ti e assim me basto
Por mais que me pese o universo
E as inconsequentes certezas
Daqueles que não me conhecem!
(Vóny Ferreira)

[Goreti Dias]

"Sou EU em ti e assim me basto"
E muito bem!
Beijo

[josé antonio]

Boa tarde Vóny,

Vou tentar registar aqui um ensaio psico-analítico deste seu texto tendo obviamente em consideração outros seus textos anteriores, vs - Não sou poeta!, etc., apenas porque e sómente não brinco em serviço...
Então é assim, e o Domingos da Mota que venha atrás contradizer...
...
Não sou nada!
Não sou mentira nem verdade.

SOU O PRINCÍPIO DA LOUCURA. - Eureka!

porque continua a descrição da dita:

Sou EU em ti e assim me basto
Por mais que me pese o universo
E as inconsequentes certezas
Daqueles que não me conhecem!

Ó Vóny afinal você está curada!

Desculpe-me a brincadeira amiga e aceite os meus parabéns.

José António

[vaza pinheiro]

Vony Ferreira.

Um poema muito introspectivo, mas sem razão. É sim uma poeta de grande valor e, logo aí, apaga o que fica para trás. Abraço

fernando vaza

[Vóny Ferreira]

Depois de ler os vossos comentários (o José António é o pai
da psicanálise ) só posso sentir-me grata por estar num site como este. Obrigada amigos, sem excepção!
Beijinhos
Vóny Ferreira

[Abgalvão]

Tentei encontrar as palavras certas para comentar este seu poema mas foi inútil...não consegui! Por isso direi apenas gostei, gostei, gostei!
Cumprimentos

[Vóny Ferreira]

Abgalvão e eu, digo-lhe com sinceridade.
Obrigada, obrigada, obrigada!
Cumprimentos retribuídos!
Vóny

[Dete]

Viva Vóny:

                  E as inconsequentes certezas
                  Daqueles que não me conhecem!

Muito bom. Gostei...Parabéns!
Um bjo
Dete

[Vóny Ferreira]

Sabe Dete?
Na verdade a parte final do poema é quase como um grito.
Que me julgue quem me conhecer efectivamente porque quem
me conhecer saberá que sou uma pessoa que procura estar
bem com todos e com o  mundo!
Obrigada por comentar e sobretudo por me ler. Nada mais
entusiasmante para quem escrever do que esse facto.
Bjs

[josé antonio]

Desculpem intrometer-me - casualmente - por cusculhice nos comentários, mas se o final deste poema é como um grito - Bendita a mulher que grita assim! - E desligue-se a televisão...

Abraço daqui até aí.
E desculpem a intromissão.

[Vóny Ferreira]

?? Mudemos o José para Marco e acrescentemos o António,
compreendemos a razão de Cleópatra amar tanto o
 Marco que era tb António!
Ah... poeta! Assim, não há quem lhe resista!
Adorei a sua intromissão!
Vóny Ferreira

[josé antonio]

Boa noite Vóny,

E meu primo, mas nada saudoso, porque não me deixou saudades.

E sériamente, Vóny:
A sua última quadra é a fotografia de um sentimento que não se inventa nem se compõe.
Desculpe-me a audácia sincera.
Abraço

[Vóny Ferreira]

José António, tem razão. A última quadra é uma espécie de "recado" . Quantas pessoas há... que dizendo-se nossos amigos
nos julgam com o dedo em "riste" sem de facto nos conhecerem?
Muito do que escrevo sai de rachada, como um vento ciclónico que tem que eclodir.
Vóny Ferreira

[Joaquim Sustelo]

Gostei imenso. Não sou de muitas palavras quando comento.
Beijo

[Vóny Ferreira]

Muito obrigada Joaquim, por ter lido e comentado
este poema.
Beijo
Vóny Ferreira