Voz de Maio

[vaza pinheiro]

Dia seara   ao nascer.
Dia havido e por haver.
Dia sempre   a quem dizer

Nem que a força torça o braço,
ou a forca aperte o laço:
um sorriso de suor
há-de brilhar como o verde
se um não tanger o espaço.

O que hoje em mim se trova
são marulhos nos ouvidos,
são as portas a bater
neste sonho povoado.

Branco o dia ou negra a noite,
raio de luz descuidado,
e laços   de muitos braços
apertados rua a rua.

Dia Abril em mês de Maio:
mesmo de freio nas asas
vai dizendo que o poeta
é como a virgem descalça.

Madrugada de viver
e adulta   hora a hora,
a brilhar como o sol faz
um pouco de cada vez.

fernandovaza

[vilde]

"Nem que a força torça o braço,
ou a forca aperte o laço:
um sorriso de suor"

Nesta Voz de Maio
incendiada de Abril,
vejo hinos à liberdade
em trocadilhos com graça.

Bj
vilde

[Goreti Dias]

O freio nas asas já se foi... digo eu...
Abraço

[anamarques]

Muito bom. Bela maneira de gritar por liberdade. Abraço.

[vaza pinheiro]

Vilde
Goreti Dias
Ana Marques

Nenhuma pessoa com fome ou no desemprego pode ser livre, daí estes meus versos, lembrando duas datas em que tudo parecia possível. Hoje, muitas das conquistas de então foram levadas pelo poder injusto. Esperemos que as formigas no carreiro obriguem a mudar o rumo das coisas.
Muito agradeço os vossos comentários. Bem hajam!

Abraços

vaza pinheiro

[Dete]

fernando vaza:

Um lindo poema á liberdade....

Branco o dia ou negra a noite,
raio de luz descuidado,
e laços   de muitos braços
apertados rua a rua.

Um beijo e parabéns
Dete

[Tere Tavares]

Fernanda,
As nuances metafóricas são as mais belas, momento a momento.

Beijos