PASSOS E DESCOMPASSOS

[zésilveiradobrasil]

num minuto...
refaço no papel os traços
acerto no caminho os passos
no chão negro do asfalto
levando comigo a poesia.

num minuto...
desvencilho-me dos laços
afasto dos meus, teus braços
a morte, eu não satisfaço
em prol da minha alegria.

num minuto...
desfruto entre os olhares
o poder absoluto da graça
rir da minha própria desgraça
ou da minha parca soberania.

num minuto...
penso ser samba, e sou
nem por isso; metido a bamba
nem ser corda ou caçamba
não sou uma letra de canção.

num minuto...
versejo com sutileza
noutro, até com brabeza
mas sem matar a beleza
do poema que se enseja.

num minuto
resoluto,
em defesa da poesia
desesperadamente luto
neste tempo inexorável
fatal, total e absoluto.

chega de versos injustiçados
jogados dentro de fundos falsos
reluto; vejo, falo não me escuto
penso livrá-los do cadafalso.

em apenas...
estes poucos minutos.

[António Lóio]

Caro José Silveira
Num minuto consegue dizer tanto...
Abração
Tom

[Abgalvão]

Um minuto que vale por uma eternidade. Gostei !

Destaco:

num minuto
resoluto,
em defesa da poesia
desesperadamente luto
neste tempo inexorável
fatal, total e absoluto.

Cumprimentos

[zésilveiradobrasil]

a circunstância me fez ser breve. no clamor do poema,  o desabafo do poeta. Obrigado pelo olhar, amigo.
meu abraço fraterno Tom.
Silveira

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Acolho o seu comentário com alegria. Sucinto e com destaque, homenageias assim o meu (di)minuto poema. Obrigado poeta.
um abraço fraterno Abgalvão.
Silveira

[zésilveiradobrasil]

Caro José Silveira,

Tudo isso num minuto?, eu descompassava mais do que compassava.

DM

Querido amigo Domingos,
é por causa do jogo de cintura. rs Venha pra cá. Vamos cair no samba. prometo que em pouco tempo estarás  no compasso.rs
meu abraço fraterno irmão.
Silveira