César
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« Responder #2 em: Abril 26, 2009, 11:45:00 » |
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Ainda não descobri como se responde pessoalmente. Se respondo a uma mensagem, logo a seguinte é impedida como se fosse spam.
Goreti
Muito obrigado. Quando fiz o soneto, pensava neste tempo em que tudo tem de ser rápido e descartável. Pensava também no sistema de Educação que temos, que não é apenas nosso, é global. No mÃnimo objectivamente, quer formar seres humanos sem capacidade crÃtica e incultos, porque a cultura sempre foi perigosa. Já Goering dizia algo como sempre que ouço a palavra cultura, puxo pela pistola. Camões foi praticamente retirado do ensino secundário, e daÃ, a nÃvel da sociedade portuguesa, o futuro do nosso maior poeta ser cada vez mais um 10 de Junho e não a sua obra.
César
Caro Eduardo Mota
Não é apesar de ser zarolho. Diz-se que Homero era cego e, no entanto, os LusÃadas inspiraram-se na Odisseia, via VirgÃlio, que nela se inspirou para a Eneida. Bem pelo contrário: talvez a poesia épica e lÃrica de Camões deva alguma coisa ao facto de Camões, cedo, ter perdido o olho direito em Ceuta, andaria então pelos vinte e oito anos.
Diz-me que a voz se mantém. Concordo. Mas vai perdendo cada vez mais decibéis, devido não só às causas que apontei na resposta a Goreti, mas também ao facto, facilmente consensual, de que a poesia que circula na Internet, em páginas e blogs, ser de autores do séc. XX e XXI. Ora isto indicia uma consequência social, que é o gosto baseado na cultura muito maioritariamente superficial deste tempo. Não interprete isto como rejeição da poesia moderna e contemporânea. Considero, em importância, a modernidade da arte e, portanto, da poesia, como um segundo Renascimento.
Pergunto-me quem, quantos, fora do âmbito de actividades literárias especÃficas, terá lido, já não digo Os LusÃadas, mas as Rimas do poeta, e quantos as vão relendo? E, no entanto, têm composições de uma beleza inexcedÃvel em lÃngua portuguesa. Com estas ressalvas todas, a voz mantém-se como diz. Mas de que modo? É isso que nos deve interessar, sob o meu ponto de vista, e foi isso que me interessou para o soneto.
Esta conversa levar-me-ia muito mais longe, mas teria de sair deste tópico.
César
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