Silenciam-se as palavras

[Luis F]

Alma despida, cheia de tristes fados,
Mãos vazias, como os meus dias…
Silenciam-se as palavras…
Num tempo que acaba.
Feridas que se abrem,
Golpes profundos de uma espada…
Que corta, consome, marca…
A luz que se apaga,
Sombras que envolvem um ser que se cala.
Quem perde? Quem fica? Quem sente?
Perguntas sem resposta,
Levo-as comigo na bagagem…
Como a afirmação da negação…
Em outras tantas memórias que guardo,
Em nostalgias de tempos idos…
Finitos sorrisos em passados recentes.
O vento que seca as lágrimas que caem,
As florestas que são desertos de nada,
Veneno que percorre o meu leito…
Numa dor que se sente…
Quando alguém diz adeus e parte.
A saudade que marca o percurso,
Numa estrada que percorro,
Caminho sem olhar para trás…
Parto sem dizer o meu nome.
Anónimo nasci,
Anónimo morri…
Seca a tinta da caneta,
Folhas que se amarrotam com o tempo…
Evapora-se o fino fio de uma arte abandonada,
Nesta dolorosa partida,
Tudo o que começa…na história da vida,
Na última página do livro, escreve-se sempre fim…
Numa hora que tarda, mas que sempre chega…
Na triste dor que se sente no peito,
Vozes que se calam de quem sente…
Um poeta que morre,
E diz apenas…
Adeus, até sempre.

[mimi]

Olá Luis , Intenso seu poema !
Nossa como é duro dizer "Adeus "!
Saber que aquela pessoa que tanto amamos se vai com uma simples e dolorosa palavra , " Que assim seja assim será "
Beijos Mimi