Somos originais ou fotocópias?

Somos originais ou fotocópias?

“Você nasceu como um original. Não morra como uma cópia” (John Mash)

Acho que esta citação diz tudo aquilo que aqui se quer transmitir nesta reflexão. Mas, para pensarmos um pouco mais, é sempre bom um pouco mais de palavras para completar o argumento. Nós nascemos, já sabemos, completamente sem nada, começamos praticamente do zero, somos livres, podemos ser tudo e ter tudo, assim como nascemos únicos, somos um modelo, somos inéditos, novos, sem igual, singulares, exclusivos. Ao darmos os primeiros passos, ao dizer as primeiras palavras, ao ler as primeiras frases vamos aprendendo coisas cada vez mais fortes, mais poderosas, que nós reconhecemos serem exemplares e queremos fazer iguais, porque achamos que aquilo é bom e que deve ser feito assim, devemos ser assim, devermos ter assim. E então copiamos, fazemos o que os outros fazem, temos o que os outros têm, somos o que os outros são. Tudo bem que seguir os passos de alguém que fez ou que tem o melhor é bom, mas será melhor se disso criarmos algo novo, algo original. Ser original é ser único, é pegar em algo e desenvolver uma coisa diferente, é recriar, é ser inédito, ser distinto, singular e exclusivo. Enquanto que ser uma cópia é ser imitador, um duplicador, um semelhante, uma reprodução.
As nossas vidas são feitas de momentos, situações, oportunidades, instantes, possibilidades que captamos e, destes momentos, somos livres para escolher acolhê-los e fazer deles nossos, ou somos livres para os largar. Se os acolhermos, podemos seguir os padrões que estão estabelecidos: ser exactamente igual ao que tem de ser; ou recriar um momento novo, uma nova situação, para ser diferente do que tem de ser.
Porquê que tudo ser de ser igual, porque é que temos de ser todos iguais? Não temos, podemos ser completamente diferentes, fazer coisas novas, recriar novas situações, aproveitar para reproduzir, refazer, originar algo novo a partir do velho. Porque é que temos de seguir os passos que outros deram? Podemos sim conhecer esses passos, mas seguir outros, fazer os nossos passos para que outros nos sigam. Que seria da humanidade se todos vissem os mesmos filmes, lessem os mesmos livros, conhecessem as mesmas pessoas? Não haveria muitas oportunidades para ser original. A diferença está aí: em conhecer algo novo, captá-lo para fazê-lo nosso e recriá-lo na originalidade. Nós somos todos iguais, mas também somos todos únicos. Não há mais ninguém igual a mim: eu sou, faço e tenho o que mais ninguém é, faz e tem. Nascemos únicos, não cresçamos todos iguais! A diferença está mesmo aí: na diferença. Sejamos diferentes!