Navegador

[elvira]

Navegador

navegaste em solo estrangeiro,
sem pátria sem língua sem ninguém,
comeste o pão que nem o diabo quis comer,
à míngua de um carinho de quem

contigo dividisse os sonhos as saudades,
a canseira as noites sem afago,
o calor de uma fogueira.
e vinhas, vinhas sempre

como outro qualquer imigrante,
trazendo na mala um país de saudades
mortas na construção da casa
ou na desesperada bebedeira.

e lá ias, cheio de miragens de esperanças
de coragens para dourares o chão
pisado pelos filhos a quem não quiseste
descerrar as estações do teu caminho.

mas teu nome cedo foi riscado da ardósia,
foi gravado a tinta numa pedra
do mármore que nunca cimentaste.
chegaste, enfim, à terra – adeus à de França.

[Dulce Pinho]

Belo poema ao emigrante.Uma vida de luta,e tantas, tantas vezes, privados do carinho e aconchego do lar.
Parabens,Elvira.

[Goreti Dias]

Muitos foram os que assim terminaram essa vida de árdua missão de ganhar o sustento para olar.
Beijo

[elvira]

Olá, amigas
Obrigada pelos comentários, de facto quantas pessoas se sacrificaram para ganhar o sustento da família. Obrigada

Bj
 Elvira

[helenacosta]

 Elvira,

 Aqui nos deixas um lindo poema, dedicado a muitas pessoas que lutaram anos e anos para sustento dos seus. Parabéns!

 Beijos
 helena

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Lindo...

Abraço, Elvira.

[Inês]

Estimada Elvira

Te parabenizo por versar belamente enaltecendo o destemido emigrante,
que se arvora ao imprevisível buscando a felicidade para a familia,
sob o risco de perder de vez sua identidade nata.
Um beijo, amiga.

[elvira]

Helena, Oswaldo, Inês. Grata pela leitura Bj Elvira