Maria Gabriela de Sá
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« em: Novembro 22, 2013, 14:53:27 » |
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No dia 14/2/2013, dia dos namorados, alguém me deu uma gerbera. Disse quem ma deu, que tem um casal de gémeos, "os meninos oferecem esta flor à Tia Rafa".
Pronto, agradeci, coração emocionado, trouxe a oferta com todo o carinho cá para casa. Afinal, vinha de dois bebés com menos de três meses, das mãos de um pai babado e, quando cheguei, coloquei-a em água, numa jarra de mesa. Por incrível que pareça, não tinha uma jarra de flores disponível. A casa é pequena e nunca a enchi muito de tarecos. A maioria das vezes, há tantos cacos sem nenhuma serventia e eu, vacinada contra o consumismo, nunca caí nessa tentação. Por exemplo, dispensei os serviços da Vista Alegre, a baixela de prata e coisas assim, optando por aqueles pratos vulgares, grandes e comuns do hipermercado. Sempre disse, de mim para mim, " o importante è cozinhar com amor, colocar uma quantidade de bom gosto nas coisas e pronto, a mesa fica linda, a comida sabe bem e todos os convivas são assim felizes, na simplicidade".
Mas, a gerbera, Senhor, a gerbera…
A gerbera ficou na cozinha, na água, à espera de uma jarra bonita que eu, hoje em dia amiga do ambiente, inventei com sacos plásticos coloridos a entaiparem um vidro inútil de uma das minhas excepções às compras sem serventia alguma.
Ficou linda, a floreira, e agora lá está a gerbera.
Quanto ao fenómeno, é o seguinte:
Com mais de trinta dias na água, esta contínua límpida, transparente, inócua e a flor não murchou, embora as pétalas me pareçam um bocadinho mais rosa pálido, como se estivessem a envelhecer tranquilamente.
Não sei se fiz alguma magia à água, uma daquelas minhas invenções de química, às às vezes mal sucedida mas, desta vez, a viver, se calhar, um êxito de que não há memória mas que não saberei repetir...
Agora, quando falo na gerbera, ocorre-me dizer que, com toda a certeza, ela se mantém ainda viva e linda, porque foi dada com muito amor...
Aveiro 16 de Março de 2013
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