Figas de Saint Pierre de
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« em: Março 03, 2014, 14:55:37 » |
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TERTÚLIAS DE POESIA Sessões/tertúlias de poesia. Quando me apetece, quando quero, quando posso, de vez em quando vou a uma das muitas tertúlias ou sessões poéticas que proliferam (ainda bem) pela área metropolitana do Porto. Quando me reformei, e porque mais disponÃvel, após ter lido no JN uma reportagem sobre o “Púcaros Bar†que me cheirou a um espaço de total liberdade, iniciei, desde 1997, sem qualquer complexos a mostrar e a dizer algo de mim e de outros. Foram noites maravilhosas, com a a poesia dos nossos poetas a pairar sobre espÃritos inquietos,. Desde Camões, Pessoa, Torga, Cesariny, Guerra Junqueiro, Al Berto, Sá-Carneiro, e tantos outros mais antigos ou modernos, desde poesia erro/porno, satÃrica, interventiva, amorosa, tudo se dizia nas vozes do Anthero, do AmÃlcar, da Mirró, da Manela, do LuÃz, do Isaque Ferreira, do Reinaldo, etc, com o habitual Gaspar a desenhar expressões exclamatórias das piruetas dos versos, enquanto o saudoso Carlos Pnto (o dono dos Púcaros Bar) ia enchendo copos e servindo peanuts, de toda a ordem, aos presentes, tudo envolvido numa nuvem de fumo, embrulhando névoas do passado ou prenunciando auroras do futuro entre o nevoeiro. Com a morte do Pinto, tudo se acabou e lá se foram os púcaros poéticos.
Pelo meio eu organizei várias tertúlias, com assinalável êxito em Gondomar, primeiro na Gelataria Giardino, depois no Clube Gondomarense . Como na vida, tudo principia e tudo acaba. Mas, agora, graças aos catalisadores Pinguim e aos Púcaros Bar não faltam tertúlias poéticas para quem goste de fazer, dizer ou ouvir.
Todavia, aqui chegado, ponho algo à reflexão, o seguinte: Muitas vezes, o que acontece nas tertúlias poéticas são pseudo sessões de poesia, com pseudo-poetas a dizerem longas e corriqueirices poéticas, com longas preleções de que pertencem ao seu livro xis ou ypsilon, informando, pelo meio, que já tem outro livro no prelo. Muitas vezes nota-se o constrangimento de quem organiza, mortinho pela chegada do silêncio à fala de quem fala, de quem lê ou diz, que no final nada disse, sendo apenas poética chatice!
Nota-se, perfeitamente, o anseio da procura de notoriedade de muitos participantes, qual feira de vaidades, e conforme créditos adquiridos, chega-se ao ponto de se reservar quem deve fechar (qual estrela de cartaz,) a sessão, o que leva à dedução lógica de que o primeiro a ser chamado a dizer poesia será o mais fraco; o de menor qualidade. Será?
Outro facto a considerar é que à medida que os participantes vão crescendo em número exige-se que cada “poeta†só diga um poema. Alguns fazem vinte ou trinta quilómetros só para dizer um poema!!! Porém, acontece que há que se vingue com textos de quatro ou mais minutos, enquanto ouros dizem poemas com duração de pouco mais que um minuto.!
Para mim, na minha opinião e no interesse de cativar público para a poesia, por parte de quem não a faz mas gosta de a ouvir, os poemas devem incentivar, pela sua foram e mensagem, mas com a condição de não serem longos e que não levem ao fastio de quem ouve.
Há lindos poemas, mas que devido à sua extensão devem ser lidos e saboreados em casa, num sofá, e não serem pespegados, com a sua leitura, qual LusÃadas, numa tertúlia poética, que se deseja fresca e fragrante, como quem abre uma garrafa de champanhe e bebe um simples cálice de poesia, não um garrafão de carrascão!
Eu, como já organizei tertúlias poéticas, proponho: 1º Máximo de quinze inscrições em cada sessão. 2º Em cada sessão honrar um dos nossos maiores poetas já falecidos, sendo obrigatório ler/dizer um poema, por si escolhido, do poeta homenageado e outros da autoria do poeta dizedor ou não, porém com a duração total máximo da sua intervenção de 5 minutos 3ºApós vinte minutos de poesia um break (num total de três) musical de cinco mi; como solos de canto, saxofone, flauta; violino, etc. 4º Duração da sessão noventa minutos. 5º Verificada ausência de um ou mais inscritos será dada oportunidade da sua substituição por qualquer membro do público presente. Caso tal não seja possÃvel a sua substituição o tempo será utilizado , por decisão do moderador/a, nas intervenções poéticas ou musicais. 6º Rotação das inscrições: Caso haja mais que quinze interessados nas sessões, a partir do décimo sexto será formada lista de espera para a próxima sessão em que serão os primeiros a serem considerados. Caso não totalizem o número de quinze este número será completado com os primeiros inscritos da sessão anterior. 7º Antes do inÃcio da sessão será sorteada a ordem de entrada dos poetas/dizedores da sessão. Penso que deste modo, no interesse geral da poesia, ficariam, democraticamente, resolvidas algumas questões, tais como: a) Disciplina de tempos. (evitar lençóis -poemas) b) Qualidade da poesia (do poeta homenageado) c) Rotação de participantes , diluindo-se protagonismos!
…………………………………..xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx…………………. Autor:: Silvino Taveira Machado Figueiredo (Figas de Saint Pierre de Lá-Buarque)
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