Que trsiteza de País!

[Figas de Saint Pierre de]

Que tristeza de país!
Que país de anarcas!
Já que não podem ser todos felizes
São felizes alguns autarcas,
Que num país, como o meu,
Mandam à fava o Governo,
Com a filosofia da liberdade do:
-“Quem manda aqui sou eu, eu pleno”
E assim,
Como em muitas outras vezes,
Nós mandamos em nós
Até que em nós mandem espanhóis,
Franceses ou ingleses,
Mas sempre repelidos
Com ações estoicas,
Até que, novamente,
 Em nós mandem troikas,
Embora,  mantendo nossa “liberdade”;
Nosso livre arbítrio,
De o Governo não governar o país,
Mas,  para o povo ficar feliz,
Cada Câmara mandar em seu município!
Deste modo, “feliz”, o Povo,
Ergue sua voz,
Pensando que embora a mando de outros
Ainda mandamos em nós!

Não.
Não quero ditadura, mas, ó, ó por favor,
Só um pouco mais de cultura.
Porém, com um governo assim,
Dos piores que já vi!
Leva a que Portugueses, de Portugal,
Não se deixem mandar
E em cada um mande em si,
Desconfiado das merdas de doutores,
Que surgem de subterrâneas relvas,
Espalhando seus fedores,
Tornando daninhas boas ervas!

Concluindo:
Se um Governo não manda!
Se cada município faz o que não deve!
Então não se admirem
Se trabalhadores
-Também uns doutores-
Façam greve, por livre arbítrio
-Como  cada Município!-
Em dias não feriados; não pagos,
Contra doutores na corrupção,
Que na sua má governação
A sua principal canseira
É governar, não a Bem da Nação,
Mas sim a Bem da Carteira!

Que país este!
Que peste!
Portugal um País?
De quem? De espanhóis?
De ingleses?
De franceses?
De troikas?
Ou então,
-ainda por cima!-
Um negócio da China?

Para quando dos Portugueses?
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