UMA CARTA DE DESASSOSSEGO - QUANDO UM PAÍS SANGRA

[CAMPISTA CABRAL]

   Escrevo de uma terra absurda! Uma terra onde coisas absurdas acontecem! Escândalos e mais escândalos, paulatinamente, vão ocorrendo e enfraquecendo aquilo que chamamos democracia! Tenho um misto de orgulho e medo quando vejo milhões de brasileiros nas ruas. Orgulho de ver que, enfim, o comodismo está sendo vencido. Medo, porque vejo um país dividido. Perigosamente dividido! Os que são a favor do PT, Lula e Dilma! Os que não querem PT, Dilma e Lula!
   Certamente, a imprensa internacional está boquiaberta, estarrecida, perplexa, ou quais palavras mais possam definir, qualificar ou intensificar o que ocorre agora no Brasil!
   Triste, constato um país aos farrapos. A esperança de um novo país se dissipando entre quase verdades e  quase mentiras de todos os lados, corrupção de todos os lados, denúncias de todos os lados! Poeira, pó, pólvora, explosão.
   Hoje, o meu pais está em guerra! Hoje, o meu país sangra! Hoje, o meu país perde-se um pouco de si mesmo. Hoje, o tempo é de intensos conflitos! A ética, a moral e as ideologias se liquefazem (pós-modernidade ou só falta de caráter). Nas recentes manifestações, políticos, de qualquer partido, foram rechaçados, num sinal claro que de não representam nada! E não podem representar nada depois de um oceano de lama, petróleo e negociatas!
   Este texto, crônica, carta, pedido de socorro ou o que o valha, faz-se aqui registrado. Um triste e lamentável registro do que parece ser o fim de uma era. E não vale aqui, infelizmente, a poesia e a metalinguagem. Escrevo, vendo e ouvindo vozes em microfones e megafones cuspindo e rosnando palavras de ordem e brigas. Brasileiros que brigam entre si.  Bandeiras amarelas se misturam às bandeiras vermelhas e socos e pontapés  e cartazes são levantados e quebrados.
   O meu país parou! Tudo aqui está em compasso de espera! Tudo aqui respira esta divisão!
   Com sinceridade, aguardo e escrevo. Espero que o dia seguinte chegue e, com ele, um caminho se vislumbre...
   Enquanto isso, triste e estarrecido, acompanho o meu pobre país quebrado, gigante na lona, atordoado, ferido e cansado, mas que não foge à luta!

[Goreti Dias]

Está complicado. Oxalá os ânimos serenem rapidamente.

[Maria Gabriela de Sá]

Dizem que mais do que de dentro o  mal vem de fora, dos chamados abutres do mundo...

Deus salve o Brasil!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

É triste ver quem você ama assim sendo abatido a cada dia. O seu chão sumindo embaixo dos seus pés e o Sol queimando sem aquecer, a chuva inundando sem hidratar e o ar nos infectando com as vozes podres de gente podre. Assim está a minha terra! A minha amada pátria está suja, imunda, putrefata. Até mesmo as belas paisagens e os sons maravilhosos de nossos músicos estão dando conta de esconder a sujeira que sobe e desce e entra e sai e paira e subjaz no mais oriental dos paises da América.

Ser brasileiro hoje é sentir-se diariamente golpeado e envergonhado.

Antes eu terminava dizendo um abraço do tamanho do Brasil. Vou deixar um abraço do tamanho da Austrália porque sei que provavelmente ninguém deve querer ser abraçado por uma nação desgovernada.

[Goreti Dias]

Continua havendo gente boa por aí. E desses a gente gosta dos abraços.

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Obrigado pelo carinho, Goreti

[Nação Valente]

Amigo Campista, não consigo perceber o que se passa com esse grande país!
Abraço

[CAMPISTA CABRAL]

Olá para todos!

Neste momento, uma pequena tranquilidade nos cerca enquanto destinos são traçados na capital...Ideias e partidos e negociatas são tramadas e espera-se neste miúdo remanso, outra bomba, novas facas e agressões e confusões. O que há aqui é uma crise ético-moral sem precedentes! Espero que uma lição boa se tire de tudo isso!

Abraço para todos!