Amor te peço

[carlossoares]

És uma miragem
Que respira
Silêncio flamejante
Que me sente
Reflexo de um rosto
Que não mente
Odores de um cio
Em que aposto
Com os lábios
Falo
Na tua orelha
Quente
Flor
Primavera
Te ofereço
Canção da água
Que trabalha
Nas rosas
Amor
Te peço.

[Goreti Dias]

Pedir amor a uma miragem e coisa de poeta mesmo... rs...rs...
Um belo poema feito de imagens suaves e delicadas! Gostei!
Um abraço

[Dionísio Dinis]

Isto é amor ao amor e amor à poesia!Bravo!

[VENTURA]

quantos de nós não andamos atrás de miragens ... ficando para trás o que é bem real ....

[Mel de Carvalho]

Caríssimo Ricardo,

o seu poema, delicado e esteticamente muito belo, enferma contudo, num pequeno "senão"...

Vejamos:

"Te ofereço
Canção da água
Que trabalha
Nas rosas ". Perfeito! Belo.

"Amor
Te peço."

Pedir amor, caríssimo Ricardo??? O amor é uma dádiva que se recebe se nos estiver destinado e que oferecemos sem que o outro aceite necessariamente...

De qualquer modo, registo o meu agrado pela lirica belíssima que connosco partilha aqui.

Bem-haja!
Abraço
Mel

[Guacira]

Olá, Carlos, amei o seu poema!

Amor, te peço...um mundo....
(como optou por não pontuar, pode-se entender de mil outras formas...). Isso é o melhor na Arte, no momento em que a torno pública, já não me pertence.
Abraço,
Guacira.

[carlossoares]

Goreti,

Também gostei da sua interpretação... Poética.
Abraço.

D. Dinis,

Agradeço a leitura e a gentileza do seu comentário.
Abraço.

Ventura,

as representações da realidade são para nós também muito importantes e podem ser decisivas na metodologia da abordagem da realidade.
E se pensarmos que, como li algures, «os teus sonhos são o que há de mais parecido contigo», talvez as miragens partilhem de alguma das qualidades essenciais dos nossos sentidos.
Agradeço a atenção e a amabilidade do seu comentário.
Abraço.

Mel, querida amiga,

envaideço-me do seu comentário elogioso e fico ciente da sua interpretação, que respeito e não vou rebater, porque no poema está tudo o que quis lá colocar. A Mel compreende isto muito bem. Não quero, nem vou, com explicações e aditamentos, reescrever o que escrevi.
Um abraço.

Guacira,

concordo consigo. A arte não está subordinada à intenção, nem à vontade do autor. O que o autor quis dizer pode ser acessório ou até desprezível. O importante é o que o objecto que ele produziu diz, significa, pode significar, etc..
Abraço.