Choro

[Horroriscausa]

De todas as ocasiões em que a noite
se deita nua no escuro, bem agarrada a mim
numa pressão de quem tem medo e ternura
eu choro...choro baixinho
com o coração insepulto
no balançar das lágrimas.

São talvez lágrimas escuras
perdidas de langores funéreos
envoltos em vultos de sal e clorofila
que afloram a dor do rasgão da descida
pela desmesurada acidez.

Porque não há nada mais que o choro
Só o choro do mundo
feridas, mortes e choro
Decadência, mentiras e choro
multidões condenadas, vazias e choro
Rostos amargurados, desolados e choro
Gente perdida, só, sem saber o caminho
e choro.

Choro por detrás do vidro molhado, paredes lascadas, espelhos embaciados
Trespassando o choro surdo
que afoga o meu choro ao chorar baixinho
...que importa meu choro?

[RosaMaria]

Olá Horroriscausa
repito linha a linha o comentário que fiz ja a este poema: Não choro a ler os teus poemas... fico num estado quase anestesiado, porque são tão bem escritos, que a pele se arrepia... assim, sabes quando algo te toca profundamente? entendes não entendes? eu sei que sim...
e acrescento mais... que pena os bons poemas serem tão pouco lidos e comentados... que pena mesmo...
jinhos
Rosamaria

[Laura]

Quantas vezes não chorei assim? Sempre acreditei que as lágrimas, sendo água com sal, limpam a alma. Quanto mais não seja por isso, o choro importa. Mas o riso é mais eficaz.
Laura

[Goreti Dias]

Lágrimas são lágrimas... antes o riso ( se tal for possível!)
Um abraço