ENFIM... BOEMIA

[zésilveiradobrasil]

Nossa casa é nau fantasma, tão vazia,
E de tanta solidão, ficou tão fria,
Arrevesando o meu pobre coração,
Mas não vou mais lhe dar perdão.

Esquecer, todas suas falhas e tão difícil,
Perdoar você, muito mais difícil então,
Queres voltar a fazer parte da minha vida,
Mas a resposta; é definitivamente, não.

Sofrerei, mas não vou ceder de novo,
Nem que eu revire minha alma pelo avesso,
Já me perdi entre o quarto e a sala,
Minha saída é a porta para rua, que cala.

Entro sôfrego, logo na primeira cantina,
A fumaça e o hálito do vinho me embriagam,
No palco o guitarrista chorando com a guitarra,
Junto ao cantar mavioso e as lágrimas da fadista.

Viverei agora assim, sem essa maldita angústia,
Solitário, em rios de vinho, nos braços da boemia.
Pouco me importo quem achar que tudo teve astúcia
Morrerei feliz sem lembrar que fui amado e amei um dia.

[Goreti Dias]

Nos braços da boémia... mas não se deve morrer sem lembrar do amor que se teve!
Um abraço

[Laura]

Caro José Silveira,
Já que confessou o seu ligeiro "maxismo", deixe-me só perguntar-lhe: o que acha que está a fazer sózinho em casa, da sala para o quarto e da porta da rua para o vinho? 
A mulher, quando diz adeus, é definitivo. O homem é que tem o hábito de ir e voltar, ir e voltar, ir e voltar.... vai e vem, vai e vem... bolas. Se a mulher for parva, parte. Se for esperta, muda a fechadura da porta. 
Laura

PS: digo isto, seu escrevedor de versos, porque imagino que não esteja a escrevejar os versos da sua via real, ou seria mais doce.

[zésilveiradobrasil]

Por isso a postura do bêbado. ele sabe que, se inconsciente, não lembrará o que perdeu. Aliás nem perceberá que morreu. Grato Goreti, um beijo e meu fraterno abraço.
Silveira

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O sol aquece todos sem distinção, só não brilha para os que não querem vê-lo. Eu não tenho nada contra as atitudes femininas/feministas. Conquistaram seu espaço e devem sim, fazer uso de todas as prerrogativa, inclusive esta; "para cada ação uma reação". Que seja assim, que se faça de acordo com as capacidades.
Evito celeumas, não escrevo a minha vida em versos... é real demais. Que graça teria?!
Poetisa Laura, um beijo e meu abraço fraterno.
Silveira