vitor
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Olá amigos.
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« em: Setembro 13, 2008, 00:18:05 » |
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Tenho os olhos num vinho, sinto a estrada em silêncio. Quem me toca a um beijo, quem me sara a saudade? Como um breve relento que atravessa a distancia, ocultei-me de mim, afinal quem serei, afinal onde estas? Colo o rosto à s pedras, marco o sonho na rua, mesmo um clique sem cor a madrugada assassina, quando de noite, já não encontro o sorriso de quem ontem chorava. Os teus pés no vazio, deixa as marcas na estrada. O alcatrão registava cada gota de ti. Tenho as lágrimas de nuvem quando o mundo esqueceu, que aquele Felisbela era um homem que a morte roubou. Hoje nem os farrapos que encobriram a dor, agora nem os teus passos que aberrantes seriam, incomodam qualquer estrela que a noite rejeita. Hoje nem funeral, nem tão pouco afinal, sinto a falta de um homem que animava o seu silencio com a cor de um mundo, que proÃbe afinal, o direito sequer de ter mágoa, de ter nascido errado nesta cidade que mata. Sei que perdoas Felisbela, era este o mundo que respiravas, por aqui teus pecúlios cifravam quando os teus passos se sentiam, hoje moras na morte que a glória celebra, sei que perdoas Felisbela, como erra quem julga, quem se julga senhor da alma dos outros. O teu semblante navega, as orquÃdeas do longe, as manhas que procuram o teu sorriso disfarçado, as ruas que outrora te matavam choram, ate o orvalho te procura, já nada te fazem, ninguém te censura, a morte é ingrata e partiu sem destino. Hoje mora a distância, não te encontrarão nem mais, quando eras tristeza e teu sorriso, era sem ser, a alegria amargurada dum homem que um dia quis viver a dignidade da prostituta assassinada.
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