Poema de um homem à procura da sua alma

[carlossoares]

Este poema foi escrito de dia e de noite,
para uma mulher sem adornos
que aproxima da claridade
imensa beleza.
Pela manhã, junto à nascente
que poderá vir a ser um rio ou um lago,
aguardando o sol arbustivo
a emergir por entre a savana de alecrim e tomilho.
De dia, à vista do cavername de uma nau
que tem uma história por contar,
feita de sobreiros e pinheiros mansos,
encalhada nas dunas ondulantes,
entre espargueiras selvagens inclinadas para o mar.
À noite, entre evocações de uma azenha
desmantelada pelo vento
que tantas vezes a fez rodar 
e do esqueleto níveo
de um burro doméstico
que reflecte com brilho intenso
o luar gélido da estepe semiárida
da península.
É o poema de um homem à procura
da sua alma,
em lugares improváveis.
É o poema de uma gravura
que poderá denunciá-la,
de uma melodia, ou eco,
ou silêncio de sepulcro vazio.

[carlossoares]

Dite
e
Domingos,

meus amigos,

muito assoberbado de tempo nos últimos dias, com gripe a ajudar, não tenho podido estar mais presente para ler e comentar como gostaria.
Agradeço os vossos contributos (preciosos) para que me sinta animado. Daqui por uns tempos espero poder estar mais em forma.

Abraços.

[Luis F]

E no silêncio escutei a tua voz e li e reli este belo poema

Com amizade
Luis

[Goreti Dias]

Não sei se o homem do poema encontrou a alma, mas estou em crer que com a ajuda do poeta conseguirá o seu intento! Óptimo poema!

[elvira]

Espero que o homem encontre a outra metade do seu eu, e a vida não seja o eco do seu sepulcro vazio! Muito  belo o seu poema Carlos. BJs Elvira

[carlossoares]

Luís,
Goreti,
Elvira,

obrigado pelos vossos generosos comentários.
Abraços.