O QUE NÃO MATA, ENGORDA...

[josé antonio]

O hábito cambojano de comer toda a espécie de bichos desperta curiosidade. Ficam aqui algumas dicas para degustar o pitéu, como por exemplo palitar os dentes no fim da refeição.

As margens do Tonlé Sap, em Phnom Penh, estão cheias de bares e restaurantes frequentados por expatriados e viajantes. É também ali que se juntam os vendedores de toda a espécie de bichos comestíveis.
Peço um combinado. Começo com uns escaravelhos negros do tamanho de uma unha, temperados com açúcar, sal e alho e grelhados na chapa, são o requinte do petisco cambojano. Primeiro, é preciso arrancar as asas às minúsculas criaturas que são ligeiramente crocantes e sabem a molho de soja.
Em seguida, vêm os gafanhotos do tamanho de um polegar. Ouvi dizer que os maiores são recheados com amendoins, mas os meus vêm apenas condimentados e temperados com sal. Parecem batatas fritas, muito estaladiças.
Passemos ao que me parece serem larvas de escaravelho. Diríamos de um fruto: macio, suculento e com a consistência e do tamanho de um uva passa. Ao trincar, as larvas, estalam na minha boca. É quase refrescante. Quase. Estou prestes a acabar de comer a minha terceira larva quando todos os comerciantes fogem com os cestos à cabeça.
Será que me envenenaram? Que me enganaram? Nada disso! A polícia faz a ronda habitual para afastar os vendedores ambulantes. Pouco depois, regressa a normalidade.
Atiro-me às tarântulas. Fico um bocado desconfiada daqueles corpos escuros e aveludados. Se estivessem vivos, punha-me aos gritos como uma possessa e seria capaz de me agarrar à pessoa mais próxima. Mortas, são mais fáceis de aguentar. São quase do tamanho da mão. Metem-se num recipiente onde se misturam com especiarias e depois fritam-se. Rangem e são estaladiças ao mastigar e tornam-se mais salgadas e macias a partir do meio do abdómen. Mastigo aquele pedaço mais as patas e deito fora o resto.
Eis que chegam as rãs e eu descubro, encantada, que o viscoso desapareceu com a cozedura. Podemos comê-las de uma vez só…E não serei a primeira pessoa a achar que a rã sabe a frango.
Chega a hora da digestão e preparo-me para a diarreia e os vómitos. Porém, nada disso acontece. Estou satisfeita e cheia de energia.
Deixo aqui um conselho: para a degustação de bichos não se esqueça dos palitos. As patas dos insectos têm a tendência irritante de se enfiarem no meio dos dentes…

Marika Hill
Phnom Pehn Post

[Vanda Paz]

 

[Alice Santos]

Não é bem assim mas... está bem...
Se com tais iguarias se ficasse gordinho, então o povo do Camboja, da China e da Ásia em geral, era bem cheinho. Não me parece...

[josé antonio]

Olá Vanda,

Percebi que está a fazer dieta.
É assim mesmo, eu também destas iguarias, passo bem sem elas!
Abraço
JA

Alice,
A senhora desculpe mas a notícia não refere que se fica cheínho!
Aliás Cheínho é nome de guitarrista conceituado!
JA

[carlossoares]

Havia um detective famoso, que só por grande ignorância desconheço o nome, que excluía da lista dos suspeitos de homicídio todos os indivíduos gordos. Sabem porquê? Porque o que não mata engorda,
Abraço

[josé antonio]

Boa noite Carlos,

O amigo é que deve ter muita história apropriada para este Jornal.
Está a guardá-las para quando?
Para quando fôr pai?
Abraço
JA

[carlossoares]

José António,

eu vou escrevendo muito, parecendo que não, mas lá por isso tenciono continuar enquanto me forem dando motivos como este .

Já tenho três filhos desejados. Gostei e gosto muito da experiência, mas não tenciono ser pai outra vez.
Abraço.

[margarida]

 

[Goreti Dias]

Eu prefiro uns rojões feitos por mim mesma!

[josé antonio]

Alguém falou em rojões?
À moda do Minho ou a qualquer moda?

Vamos lá pôr a mesa, troco estas iguarias estaladiças pelo rojões, jà!

JA

[Alice Santos]

José António,

o guitarrista é CHAÍNHO e não é cheinho (até é elegante, para a sua idade).
Tenho que ser eu a corrigir as suas gafes?!... Bem...
Veja e ouça com a alma...

<a href="http://www.youtube.com/v/NxN6ju9t-b4&rel=1" target="_blank">http://www.youtube.com/v/NxN6ju9t-b4&rel=1</a>

[josé antonio]

Colega Alice,

Desculpe, a idade não perdoa e também gasta o poder auditivo... rsss...

Abraço
JA