“Lamento muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é o meu género. Não quero mandar nem conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar toda a gente, se possÃvel, gentios, judeus, tanto negros como brancos. Todos desejamos ajudar-nos uns aos outros. As pessoas civilizadas são assim. Queremos viver na felicidade uns dos outros…e não pelo infortúnio de uns ou outros (…)
A cupidez envenenou a alma dos homens, levantou no mundo muralhas de ódio e fez-nos marchar na direcção do sofrimento e do sangue. Melhoramos a velocidade, mas somos seus escravos. A mecanização que origina a abundância deixou-nos na penúria.A nossa ciência tornou-nos cÃnicos. A inteligência cruéis e impiedosos.(…)
Àqueles que podem ouvir-me, digo: não desesperem. A infelicidade que sobre nós se abateu não passa do resultado de um apetite voraz, da amargura dos homens que temem a via do progresso humano .O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo a ele retornará. E enquanto os homens souberem morrer, a liberdade nunca irá perecer!
Soldados, não se entreguem a esses selvagens…homens que vos desprezam e vos tratam como escravos, que arregimentam a vossa vida, ditam os vossos actos, pensamentos, sentimentos; que vos treinam, obrigam a passar fome, tratam como gado e se servem de vós como carne para canhão. (…) Soldados, não combateis pela escravatura! Combatei pela liberdade! (…) Vós, o povo, tendes o poder de criar uma vida livre e esplêndida…fazer dela uma aventura maravilhosa. Assim, em nome da democracia, usemos esse poder…unamo-nos todos! Lutemos por um mundo novo, um mundo digno que dará a cada homem a oportunidade de trabalhar, à juventude um futuro e que protegerá os idosos da necessidade.
Pela promessa de tais coisas, pessoas ambiciosas chegaram ao poder. Mas mentiram! Não cumprirão as suas promessas nem nunca cumprirão! Os ditadores libertaram-se, mas subjugaram o povo.
Agora, lutemos para cumprir essa promessa. Lutemos por um mundo justo…um mundo de ciência, onde o progresso levará à felicidade de todos os homens! Soldados! Em nome da democracia, unamo-nos! Hannah, estás a ouvir-me? Onde quer que estejas, Hannah ergue o olha! Ergue os olhos, Hannah, as nuvens estão a dissipar-se! O sol está a trespassá-las. SaÃmos das trevas para entrarmos na luz! Entramos num mundo novo, um mundo melhor, onde os homens estão acima dos seus apetites, do ódio e da brutalidade. Olha Hannah! Deram asas à alma humana…e, finalmente, o Homem começa e elevar-se. A sua alma eleva-se em direcção ao arco-Ãris, na luz da esperança, para o futuro, um futuro glorioso…que te pertence a ti…a mim e a cada um de nós! Ergue o teu olhar, Hannah! Olha para o céu, Hannah, ouviste? Escuta!â€
Excerto do discurso final de Charles Chaplin no fim de “O Grande Ditador!â€
http://www.youtube.com/v/t0ald8Z5PZc&rel=1