gdec2001
|
![](http://www.escritartes.com/forum/Themes/default/images/post/xx.gif) |
« em: Abril 12, 2010, 00:47:38 » |
|
Cantigas trovadorescas 4 No mundo non me sei 1 parelha 2 , mentre me for como me vay, ca ja moiro por vós, e ay, mia senhor branca e vermelha!. .. Queredes que vos retraya? 3 Quando vos eu vi en saya mao 1 dia me levantey que vos enton non via fea!
E, mia senhor, des aquelha 2, i me foi a mi mui mal, ay! E vós, filha de Don Paay Moniz, e ben vos semelha 3 d'aver eu por vós 4. guarvaya 5? Pois eu, mia senhor, d'alfaya nunca de vós ouve nen ey valia düa correa.
PAI SOARES DE TAVEIRÓS Cancioneiro. da Ajuda, 38.
,
4. É o texto poético mais antigo da lÃngua portuguesa. Não se lhe pode fixar precisamente a data; mas têm-se-Ihe atribuÃdo com aceitáveis fundamentos as datas de 1189, 1198 e 1206. O autor, Pai Soares de Taveirós, vivia no tempo de Sancho I e dirige na cantiga os seus louvores à filha de D. Pai Moniz, a formosa Maria Pais Ribeiro, amiga do rei português. É natural que o cantar tivesse sido composto antes das rela- ções do rei com a "Ribeirinha", cuja formosura deu tanto que falar, no tempo. O trovador finge-se obrigado a cobrir o seu belo corpo, que enfeitiçava os olhos, com uma veste superior à s suas posses. 1 Ler-se-ia no´m sei. 2 Igual. 3 Que vos pinte, que descreva as vossas graças, denunciando-vos. O trovador era obrigado a guardar segredo. Contudo, na estrofe seguinte levanta uma ponta do véu, mencionando-lhe o pai. 1 A palavra mao tinha ainda então duas sÃlabas. 2 Desde aquela hora. 3 Parece. 4. Entenda-se: "para vos pôr por cima". 5 Sobreveste de luxo, ao que parece de escarlata. Era peça de vestuário só própria de senhores de muito alta condição.
do livro Crestomatia Arcaica de Rodrigues Lapa, 1960 Custou-me 15 esc.
|