O TEU PIANO

[vitor]

O teu piano esgrime cores silenciosas de beleza rara, o perfume quente, onde se espalham pela noite, como as estrelas a cintilar, angustiante doce madrugada, entre tantos livros vai rompendo…
Sonho a dentro, com o dedilhar compassado das teclas áridas, o teu piano, o silêncio parece desaparecer como quem caminha, rumo sem rumo, sem desorientação, onde morar com melodias do teu piano, num verão por inventar…
Transparecer às vezes, tantas vezes, como o ritmo dum coração neste rio suave onde não acaba, que a cidade oferece… entre as minhas mãos molhadas em seu caudal, em seu destino de melodias pela madrugada, flutuando como pássaros de silêncio sobre si, sentir sob si as águas dessa melodia, desse piano, do teu piano…
Ah… como são lindas as cores, belas e confortantes sintonias desse piano, e ver pela noite, sem conseguir esconder na noite, no escuro das ruas a melodia que se funde com todos os mistérios da noite, e se envolve com eles sem mistério nenhum, apenas bem e com ele, as rimas desse som, dessa melodia, sentir nelas o toque dos dedos transformando num mundo quase de sonho, como estalos de som, de inspiração, o orvalho da madrugada sobre as ruas, vai, tão suavemente, tão brevemente e pelas ruas desta cidade, a cidade dos nossos dias, do piano que de ti, transforma pela manha, o resto do tempo e pela noite, novamente a noite, por ela a dentro, a descrição melodiosa dos acordes abstractos, sem letras nem poemas lusitanos, nem o meu rio consegue converter em outra melodia a melodia que o faz sonhar, o caudal melodiosamente belo convertendo-se em futuro, sempre que seja noite, ou mesmo que não seja…

[Luis F]

O teu poema, originou um magnífico conto...

Gostei de ler

Com amizade
Luis

[vitor]

Mais uma vez Luis F, obrigado.
com amizade
vitor burity

[Goreti Dias]

Na melancolia de palavras tão suavemente belas, debruçamo-nos sobre a amplitude da distância e ouvimos cada um dos acordes.