Escudo carnavalesco de princÃpios de Janeiro, ditoso, desdenhoso, manhoso, ranhoso, orgulhoso, fanhoso, trabalhoso, presunçoso, ansioso, pretensioso e que ouso prender à lupa que o alonga e estende como as ondas azuis do oceano.
Ora essa… não me tentasse deixar o Janeiro na ponta de uma pirâmide ou no abismo de uma cascata enfadonha de água verde corrente e rochedos nas margens, aparos para a rebentar com o crânio, valentes quebra-nozes que soam a quebra-castanhas.
Sofresse de pouco ânimo por amor, ou não sustivesse as mãos apertadas ao beiral do esquadrinhador fim-de-semana, ou não pretendesse um pórtico de gomas adocicadas. Ou não deixasse o labirÃntico português perseverar. Ou simplesmente ia para a labuta a meio do mês e a ¼ do ordenado, vestido de fatiota lasciva, preconceituosa de bolsos vazios ou de bolsos esvaziados, pois outrora havia sido mantido, confortavelmente, um lenço repleto de muco que mais dava a parecer papel tangido de musgo.
No entanto naquela tijolada que mais parecia uma queijada de barro e betão, ou manteiga barrada na crosta terrestre, ou uma chapa que precisa de ser amolada, ou uma cidade qualquer, alguém olvidou uma crónica com proveito de tal maneira que não posso contá-la.
— Eu conhecia um mergulhador. — O jornalista passa o micro como se rodasse em torno dos eixos cuja origem era os joelhos, num sortilégio visual mÃstico de samurai. Prossegue a rebolar em torno de um eixo com o microfone, a contrafazer uma dança delirante ou um tipo de carrossel. — Ali mesmo há pouco foram assaltados dois ti… — Passa a voz ao outro flanco, um redemoinho de poeira encaixota-o.
Um senhor das limpezas limpa a rua, uma rapariga gira gira na rua, um carro caro do meu caro amigo sem carroça corre na rua, um ‘entrevistador’ entrevista para uma entrevista na rua, um palhaço espalha panfletos na rua, um aviador havia na rua, agora encontra-se no azul, no céu. Nos escombros da mortalha acinzentada verifica um jornalista que gira num tornado de pó e informação. O Boeing leva o aviador agasalhado com um casaco de pele e segue para o fim do mês, uma astronómica lagarta verde voadora, uma baunilha elástica que encolhe e estende como as ondas azuis cósmicas.