Remorsos

[gdec2001]

Remorsos

Deste-me um beijo .
Favor a quem não morre
com gargalhadas roucas de esperança
cuspidas pelos lábios cor de terra.
Deste-me um beijo
e eu senti remorsos
Deste-me um beijo.
Foi na noite mais branca
que criou o luar.
Havia roxas nuvens, de infinito
para além do fim dos céus .
Deste-me um beijo
e eu senti remorsos.
Deste-me um beijo.
deste-me um beijo.
Como é bom repetir,
desafiar o eco.
Deste-me um beijo
e eu senti remorsos.
Deste-me um beijo.
Lembras-te querida?
A tísica nua
morria de inveja
e tu tiveste medo. 
Fomos para junto de um cipreste
mas ela conseguiu entrar.
Então corremos tanto ... tanto .
Uma árvore mais larga
de que não sei o nome
deu-me uma chave de sombras.
Bendita sombra, bendita.
A lua ficou cá fora ...

Geraldes de Carvalho
de Sombras de Alma - Coimbra 1955

[Goreti Dias]

Sem remorsos se lê e relê esta deliciosa poesia!
Abraço

[gdec2001]

Mas olhe que não tem tido êxito...
Grato pela leitura e comentário
Geraldes de Carvalho

[Goreti Dias]

Por vezes, passam despercebidos... mas que é muito bom lá isso é!
Beijo

[gdec2001]

É...Passam desapercebidos
seu
Geraldes de Carvalho

[Vanda Paz]

Não tenha remorsos, a culpa é da lua... que ficou lá fora

Abraço

[Goreti Dias]

E, já agora, do Sol que se apagou...

[gdec2001]

É como dizem, caras amigas
Geraldes de Carvalho