Hora Morta

[Vanda Paz]

Vazia é a imagem
do tempo frio.
A alma
árvore despida
ao abandono do tempo.
As raízes encharcadas
apodrecem
enquanto caiem as lágrimas
secas.
No espaço dos olhos
o abismo.
A boca cerrada
como um túmulo.
Nas mãos
já não crescem os dedos
cortados antes do prazer.
Perdeu-se o poema,
o grito,
a vontade da revolta.

As folhas verdes
que dizem de esperança
caíram
amarelas de fome.
O corpo
um eco estrondoso
de silêncio.
O mosto
para seiva generosa
azedou
antes da embriagues.
Falhou o calor,
o abraço,
a palavra…

Cumpre-se assim
um destino.
Onde rasgaram
a última página do livro
deixando a hora
abandonada à sua sorte.

Precisava de um final,
uma certeza
onde se pudesse olhar
enterrada com os sonhos.
Só o relógio lembra
que ainda existe vida
porque ela já morreu,
há muito tempo…

[Nanda]

Vandinha,
Mas a ti não te faltam as palavras recheadas de talento e a mente não te dá sossego para horas mortas.
Beijinhos
Nanda 

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Vanda, um grande poema. Parabéns!

Beijos...

[Vanda Paz]

Nanda

A minha mente está em constante desassossego 

Beijinho

Obrigada

_________________________________________________ ____________________________________

Oswaldo

Obrigada

Beijos

[carlossoares]

Vanda,

Gostei muito de ler esta visão melancólica da vida, que passa pela constatação dos ciclos da natureza e ganha especial enlevo na ideia de que existe uma ordem natural das coisas, mas que contrasta com o forte racionalismo dessa mesma constatação e com a veemência do lamento de uma não aceitação, de uma não resignação ao que, todavia, parece inelutável fatalidade.
Abraço

[Vanda Paz]

Carlos

Obrigada

Abraço

[CAMPISTA CABRAL]

Vanda, uma vez mais, um poema intenso e belo! Sabes versejar muito bem! Teus dedos e mãos não escrevem, mas tecem coisas e mundos, sensações e sonhos. Obrigado por partilhar versos tão bpnitos e bem feitos!

Um imenso abraço para ti!

[Goreti Dias]

Não se perdeu o poema, não! Vive!
bj

[Vanda Paz]

Campista e Goreti

Obrigada

Beijos